Catolicismo de maneira inclusiva

Tag: presbítero (Página 4 de 5)

05 de julho – Santo Antônio Maria Zacarias, presbítero, fundador dos Barnabitas

Imagem de Santo Antônio Maria Zacarias no Colègio San Francesco, em Lodi (Itália)

Com 36 anos, Antônio contribuiu para o avanço da Igreja no século XV: fundou os Clérigos de São Paulo, as Angélicas de São Paulo – primeiro exemplo de Irmãs fora da clausura – e os Casados de São Paolo, um grupo de leigos casados, que se dedicava ao Evangelho. Acusado de heresia, Roma o absolveu.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 04 jul. 2023.

 

26 de junho – São Josemaria Escrivá y Balaguer, presbítero, fundador do Opus Dei

São Josemaria Escrivá y Balaguer (© Opus Dei)

“Pegadas de pés descalços sobre a neve”. O gérmen da santidade pode desabrochar também em acontecimentos aparentemente banais. Josemaría tinha 16 anos quando observou aquelas pegadas deixadas por alguns Carmelitas ao chegarem à cidade e se perguntou: “O que seria capaz de oferecer a Jesus diante da total generosidade, que testemunham aqueles rastos de pés nus na neve?”

Era o ano de 1918. Aquele rapaz espanhol, natural de Barbastro, em Aragão, depois transferido com a família para Logroño, intuiu que Deus estava à sua procura para realizar alguma coisa que ainda não tinha forma.

Pegadas da vocação

Aquelas pegadas na neve prosseguem, de qualquer modo, no seu interior. Josemaría interroga-se, continuamente, para saber, com clareza, qual o projeto, que Deus não lhe havia revelado totalmente, para tomar uma decisão. Qual a escolha melhor, para encontrá-lo preparado, senão a de ser sacerdote?

O jovem estudou, antes em Logroño e depois em Zaragoza, e formou-se, não só em vista do seu futuro ministério, mas também em Direito, seguindo o conselho do seu pai, que veio a falecer em 1926.

No dia 28 de março do ano seguinte, Josemaría tornou-se sacerdote. A sua primeira experiência foi em uma periferia de Zaragoza, entre os pobres e analfabetos. No entanto, aquelas pegadas continuam em seu coração.

Visão de uma Obra

Quarta-feira, 2 de outubro de 1928. Após a Missa, Padre Escrivá subiu para seu quarto. Morava com a sua família, há quase um ano, em um pequeno apartamento de Madri: pouco dinheiro e muito trabalho, entre compromissos sacerdotais, estudo e aulas particulares.

Ao organizar suas anotações, – propósitos, inspirações, ideias – como por uma fulguração, Josemaría “viu” a Obra que Deus lhe pedia: “Pessoas de todas as nações e raças, de todas as idades e culturas buscavam a Deus e o encontravam na vida de cada dia; santificavam seu trabalho, humilde ou prestigioso que fosse; cristianizavam seus ambientes, como por contágio”.

Então, Josemaría ajoelhou-se e, com o tempo, escreveu: “Tinha 26 anos, contava com a graça de Deus e bom humor. Nada mais. Mas tinha que construir a Opus Dei”. Aquelas pegadas tinham chegado ao seu destino!

“Cem anos antes”

A guerra civil estoura, sobretudo e de modo feroz, contra a Igreja, obrigando Josemaría à clandestinidade, refugiando-se, para além dos Pirineus, em Burgos, na França. Regressou para Madri, em 1839, e, depois, em 1946, partiu para Roma, onde foi recebido pelo Papa Pio XII.

O Papa Pacelli estimava muito ao Padre Escrivá, mas o problema era que, para aprovar canonicamente uma Obra daquele tipo, – simples cristãos que queriam se santificar na vida de cada dia – faltavam os princípios jurídicos.

A Opus Dei, – disse alguém – “teria chegado cem anos antes”. Mas, finalmente, entre 1947 e 1950, foi-lhe concedido o máximo sigilo eclesial. A Opus Dei contou, nos decênios sucessivos, com uma grande expansão. Seu fundador fez numerosas viagens pelo mundo. Josemaría Escrivá de Balaguer faleceu em 26 de junho de 1975, Em 6 de outubro de 2002, João Paulo II o proclamou Santo.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 25 jun. 2023.

23 de junho – São José Cafasso, presbítero de Turim

São José Cafasso, Enrico Reffo

José Cafasso era formador de “párocos e sacerdotes diocesanos”, ou melhor, de “sacerdotes santos”, entre os quais São João Bosco.

Ao comentar sobre a vida de São José Cafasso, Bento XVI disse que este religioso piemontês instituiu uma “escola de vida e de santidade sacerdotal”.

Foi na cidade de Turim, em 1800, que nasceu o apelativo comum dado àquela pessoa que era vista como modelo de vida sacerdotal luminosa: o “Santo da forca”. Trata-se de uma definição ligada diretamente à sua obra ao lado dos condenados à morte nas prisões “Le Nuove” de Turim. Hoje, o lugar, em desuso, foi transformado em um comovente museu, memorial das condições humilhantes em que viviam os encarcerados. Com os presos, – dos quais, hoje, é Padroeiro – ele usava de imensa misericórdia, poderoso veículo do amor paterno e consolador de Deus.

Precisamente pela sua assídua missão ao lado dos últimos, ele é recordado também como um dos chamados “Santos Sociais de Turim”: cerca de dez religiosos e leigos iluminados, que, entre os séculos XIX e XX, se dedicavam às emergências da cidade e a todos os necessitados.

Verdadeiro pastor

José Cafasso nasceu em uma família de camponeses, em Castelnuovo d’Asti, em 1811, e foi ordenado sacerdote, em Turim, em 1834. Transcorreu grande parte da sua vida no internato eclesiástico da capital piemontesa, do qual se tornou diretor.

Conterrâneo e diretor espiritual de Dom Bosco (1815-1888), Padre Cafasso distinguiu-se, não só por seu magistério no Seminário maior de Turim, mas também pela sua doçura e serenidade que sabia transmitir às pessoas. Assim, tornou-se tão familiar entre seus concidadãos, que lhe fizeram a proposta de ser um representante na Câmara do Reino, mas Cafasso não aceitou: “No Juízo final, – comentou – deverei prestar contas ao Senhor, que me perguntará se fui um bom padre e não se fui um bom deputado”.

Verdadeiro pastor

O que lhe interessava era a figura do verdadeiro pastor, com uma vida interior rica e um profundo zelo pastoral: assíduo na oração, engajado na pregação, dedicado à celebração da Eucaristia e ao ministério da Confissão.

Logo, São José Cafasso tentou encarnar este modelo na formação dos jovens sacerdotes, para que, por sua vez, fossem formadores de outros sacerdotes, religiosos e leigos.

Esta herança difundiu-se, não apenas em Turim, mas também ao longo do tempo, como testemunha a profunda devoção a São José Cafasso, que faleceu naquela cidade em 23 de junho de 1860, aos 49 anos.

Seus restos mortais descansam no Santuário da Consolata em Turim.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 22 jun. 2023.

04 de junho – São Francisco Caracciolo, presbítero, fundador dos Clérigos Regulares Menores

Imagem: Wikimedia

“Sangue precioso do meu Jesus, vós sois meu! Convosco e por meio de vós espero salvar-me. Meus sacerdotes, esforcem-se de celebrar a Missa, todos os dias, e inebriar-se com este Sangue!”

Não foi por acaso que Francisco Caracciolo era chamado o “Santo da Eucaristia”: seu amor por Jesus, Pão da vida, brotou muito cedo, como também sua vocação, quando ainda vivia com sua família nobre e rica em Vila Santa Maria, perto de Chieti. O amor que ele sentia por Nossa Senhora não era menos importante, tanto que, em sua honra, costumava usar o hábito do Carmo, quando criança, além de rezar o terço e jejuar todos os sábados.

Uma doença “iluminadora”

Aos 22 anos, Ascânio foi acometido por uma forma maligna de elefantíase, que desfigurou todo o seu corpo. Por isso, prometeu renunciar, para sempre, às riquezas terrenas em troca da sua cura. E foi atendido.

Dois anos depois, foi ordenado sacerdote. Ficou conhecido por algumas supostas curas, entre os doentes dos hospitais, onde exercia seu ministério, bem como nas prisões. Vivia sempre entre os últimos, a ponto de pedir para fazer parte da Companhia dos Brancos, que, em Nápoles, prestava serviço aos condenados à morte e prisioneiros junto ao hospital dos Incuráveis. Transcorria o ano de 1588.

Fundador… por engano

Certo dia, Ascânio recebeu uma missiva de um nobre genovês, Agostino Adorno, e do abade de Santa Maria Maior, em Nápoles, Fabrício Caracciolo. Na verdade, a missiva era endereçada a um religioso, da sua Congregação, que tinha seu mesmo nome. Por engano, a carta foi entregue a ele, que a recebeu como sinal da Providência.

Graças a este descuido, Ascânio se reuniu, com os dois personagens acima mencionados, no mosteiro dos Camáldulos, onde elaborou as Constituições de um novo Instituto, do qual foi cofundador. Ele foi o autor da proposta de acrescentar aos três votos de pobreza, castidade e obediência, um quarto voto, com o qual se comprometia a rejeitar todo e qualquer cargo eclesiástico. Quando o novo Instituto foi aprovado, Ascânio recebeu o nome de Francesco.

A difícil relação com a Espanha

Em 1589, Francisco Caracciolo partiu para a Espanha, junto com Adorno, para expandir seu novo Instituto. Mas, sua viagem foi uma falência. Após um ano, voltaram para casa: Francisco ficou doente e Adorno faleceu.

Em 1591, Francisco foi eleito Prepósito geral perpétuo, cargo que teve que aceitar para cumprir o voto de obediência. Porém, não mudou seu modo de viver a penitência, o jejum e nem seu costume de fazer os trabalhos mais humildes.
Três anos depois, Francisco voltou à Espanha, mas, em Madri, o rei Filipe II ameaçou de fechar o hospital italiano, onde prestava assistência aos enfermos.

Somente em 1601, sendo eleito Mestre de noviços, conseguiu abrir uma Casa, em Valladolid. Ali, demonstrou uma grande capacidade de discernimento entre os jovens, prevendo, para alguns, a vocação para a vida religiosa e, para outros, até a apostasia.

Em 1607, finalmente, foi dispensado de todos os cargos, dedicando-se apenas à oração.

“Caçador de almas”, “pai dos pobres”, mas também “homem de bronze”

Estes eram os três apelidos com os quais Francisco era conhecido, que refletem, perfeitamente, os três votos do seu ministério. No entanto, jamais deixou de visitar os enfermos e assistir aos moribundos. No hospital, dedicou-se, com muito zelo, aos trabalhos mais humildes, como arrumar as camas, limpar os quartos, remendar as roupas dos pacientes. Além do mais, estava sempre disposto a fazer coleta de esmolas, para providenciar a educação das meninas; levava tudo o que tinha aos pobres, até mesmo tirando o pão da sua boca para dar aos necessitados; jejuava sempre e dava as roupas usadas dos confrades aos que precisavam. Enfim, foi um incansável confessor, ensinava o catecismo às crianças, organizava as obras de caridade e pregava as verdades eternas aos fiéis.

Amor a Jesus Eucarístico

Francisco queria o melhor para os outros, mas nada para si: escolhia sempre os quartos apertados, dormia e comia muito pouco; além disso, fazia obras de penitência, a ponto de se cingir com o cilício nas festas e em suas longas viagens a pé. Mas, sobretudo, promovia o culto da Eucaristia, estabelecendo que os estudantes da Ordem se revezassem para a Adoração ao Santíssimo Sacramento. A propósito, nunca se cansava de exortar os sacerdotes à prática de expor o Santíssimo Sacramento, todo primeiro domingo do mês.

Durante a sua peregrinação à Santa Casa de Loreto, foi para o céu, em 4 de junho de 1608, depois de invocar os Santos Miguel, José e Francisco de Assis.

São Francisco Caracciolo foi canonizado por Pio VII, em 1807.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 02 jun. 2023.

26 de maio – São Filipe Néri, presbítero, fundador da Congregação dos Padres do Oratório

São Filipe Néri, Carlo Dolci (© MET)

Nas periferias do centro

Quando Filipe chega a Roma, em 1534, era como uma luz acesa no escuro da miséria, que surgia entre as glórias da Ara Pacis e os lustres travertinos dos palácios reais. O centro da Cidade representa a degradação das periferias: ali, em São Jerônimo, na Via Giulia, Filipe alugou um quartinho. De dia, com rosto simpático e coração orgulhoso, levava, a quem encontrava, o calor de Deus, mesmo sem ser padre e, quando podia, dava um pedaço de pão; dispensava carinho e conforto a quem sofria na repartição do Hospital dos Incuráveis. À noite, a alma de Filipe se aquecia e se envolvia em um diálogo tão íntimo com Deus, a ponto que a sua cama podia ser, sem nenhum problema, no átrio de uma igreja ou na pedra de uma catacumba.

Sempre sorridente

Seu sorriso, – lembra o Papa Francisco, – o transformou em um “apaixonado anunciador da Palavra de Deus”. Este foi o seu segredo, que fez dele um “trabalhador entre as almas”. A sua paternidade espiritual, – observa Francisco, – “reflete-se em suas ações, acompanhada de confiança nas pessoas; enfrentava gestos pessimistas e carrancudos com espírito festivo e alegre, convicto de que a graça não alterava o seu caráter, pelo contrário, conformava, fortalecia e aperfeiçoava”.

“Filipe aproximava-se aos poucos das pessoas, com uma desculpa qualquer, e logo se tornavam seus amigos”, narra seu biógrafo. E o Papa comenta: “Amava a espontaneidade e evitava meios artificiais; escolhia as maneiras mais divertidas para educar às virtudes cristãs; no entanto, mantinha uma disciplina pessoal saudável, que implicava o exercício da vontade para acolher Cristo na concretude da sua vida”.

A Congregação do Oratório

Tudo isso encantava quem, conhecendo Filipe, queria fazer como ele. O “Oratório” nasceu assim, entre as barracas da periferia romana, que, apesar do mau cheiro, de dia eram perfumadas por uma caridade concreta, não como um desenho no papel ou por uma esmola fria caída do céu. “Graças também ao apostolado de São Filipe”, – reconhece o Papa Francisco, – “sua obra pela salvação das almas se tornava uma prioridade para a ação da Igreja; ele compreendeu que os Pastores deviam estar no meio do povo, guiando-o e encorajando-o na fé”. Filipe transformou-se em um verdadeiro pastor, em 1551, tornando-se sacerdote, o que não mudou o seu estilo de vida. Com o tempo, por seu intermédio, nasceu a primeira comunidade, gérmen da futura Congregação, que, em 1575, recebeu o beneplácito do Papa Gregório XIII.

“Sejam obedientes”

“Filhos, sejam humildes e obedientes; sejam humildes e obedientes”, repetia Filipe, lembrando que, para ser filho de Deus, “não era suficiente honrar só os superiores, mas honrar também os semelhantes e inferiores, procurando ser o primeiro a honrar”. Ele exortava a seguir o exemplo de uma alma contemplativa, como Maria aos pés de Jesus, e o pensamento que reinava no coração de Marta, afirmando: “É melhor obedecer ao sacristão e ao porteiro, quando chamam, do que ficar no quarto rezando”.

São Filipe Néri, o terceiro “Apóstolo de Roma” entregou seu espírito a Deus na madrugada de 26 de maio de 1595. O dinamismo do seu amor nunca diminuiu! A cidade de Roma parece repetir: “Não é hora de dormir, porque o Paraíso não é para ociosos!”

Fonte: Vatican News. Acesso em: 25 mai. 2023.

« Posts anteriores Posts recentes »

© 2024 Katholikos

Por Mauro Nascimento