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07 de fevereiro – Beato Pio IX, papa

Abençoado Pio IX, Basílica de São Paulo Extramuros

Os inimigos de Deus desaparecem, um por um, e a Igreja permanece. Passaremos por tribulações, mas jamais vencidos (Discurso à Ação Católica).

“Joãozinho bondoso”: assim era chamado quando criança, em Senegália, província de Ancona, onde nasceu. Era vivaz e gostava de brincar, como todas as crianças. No entanto, nas tardes de sexta-feira, reunia jovens e adultos na praça, ao redor do Crucifixo, aos quais falava sobre o Evangelho. Começou a sua educação com os Padres Esculápios.

Frequentavam, com assiduidade, a Confissão e a Eucaristia, até quando, aos 17 anos, decidiu se tornar padre. Assim, transferiu-se para Roma, onde estudou no Colégio Romano.

“Simplesmente padre”

Assim era definido pelo seu irmão Gabriel, porque Giovanni Maria se sentia como tal, não obstante a sua nomeação como Arcebispo, a imposição do chapéu cardinalício e eleição como Sucessor de Pedro. Com efeito, era simplesmente um padre, um pastor que queria ganhar tantas almas para Jesus e queria se tornar santo.

Foi ordenado sacerdote em 1819 e, aos 35 anos, foi nomeado Bispo de Espoleto. Depois, transferindo-se para Ímola, em 1840, foi criado Cardeal e, em 1846, eleito sucessor de Gregório XVI, com o nome de Pio IX.

Pontificado de Pio IX

Durante seu longo pontificado, Pio IX governou a Igreja em um período de grandes revoltas políticas na Itália. De fato, após as insurreições, em 1848, foi obrigado a se exilar em Gaeta, enquanto em Roma se instalava a República Romana dos Mazzini, que declarou a queda do poder temporal do Papa. Em 1850, graças à ajuda de alguns príncipes católicos e à intervenção francesa, Pio IX retornou ao seu lugar. Desde então, presenciou a proclamação do Reino da Itália, em 1861, e a ascensão de Roma como capital da Itália, em 1871.

Amor pela Verdade

Muito devoto de Nossa Senhora, no dia da Imaculada Conceição, em 1854, Pio IX definiu o dogma de fé de que Maria havia sido concebida sem pecado original e que era Santíssima desde o início da sua existência.

No dia 8 de dezembro de 1869, sob a proteção da Imaculada Conceição, inaugurou o Concílio Ecumênico Vaticano I, que reuniu Bispos de todas as partes do mundo em Roma.

Em 1870, com a Constituição “Pastor Aeternus”, Pio IX estabeleceu o dogma da infalibilidade do Papa, enquanto ensina “ex-cathedra”, como mestre da fé e da vida cristã, com a devida autoridade concedida por Cristo. O Papa faleceu em 1878 e foi beatificado por São João Paulo II no ano 2000, durante o Grande Jubileu.

Em uma época de fortes contrastes políticos e grandes incertezas, Pio IX entoava sempre esta oração, que por ele chamada “contra o erro”:

Dulcíssimo Jesus, nosso divino Mestre, Vós que sempre tornastes vãs as astúcias infames dos fariseus, com as quais eles dirigiam sempre a Vós, destruí as conspirações dos ímpios e de todos aqueles que, na mesquinhez das suas almas, tentam seduzir e subjugar o vosso Povo com suas falsas sutilezas.

Iluminai todos nós, vossos discípulos, com a luz da vossa graça, para que não sejamos corrompidos pela astúcia dos sábios deste mundo; sábios que difundem, por toda parte, seus erros e seus sofismas funestos, para arrastar também nós para o seu abismo.

Concedei-nos a luz da fé forte para desmascarar as insídias dos ímpios; acreditar, com firmeza, nos dogmas da vossa Igreja e rejeitar, com constância, as máximas enganadoras.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 05 fev. 2024.

31 de dezembro – São Silvestre, papa

São Silvestre, papa (© Musei Vaticani)

Papa “na liberdade de culto”

São Silvestre foi o primeiro Papa de uma Igreja que não devia mais se esconder nas catacumbas, por causa das perseguições dos primeiros séculos. No ano 313, durante seu Papado, o africano Milzíades e os imperadores Constantino e Licínio deram plena liberdade de culto aos cristãos. No ano seguinte, foi precisamente Silvestre a ocupar o sólio de Pedro .

Silvestre, sacerdote romano, cuja data de nascimento se ignora, – segundo o Liber Pontificalis – era filho de certo Rufino romano. Ele foi artífice da passagem da Roma pagã para a Roma cristã e aquele que presenciou à construção das grandes Basílicas, por obra de Constantino.

Ainda segundo o Liber Pontificalis, por sugestão do Papa, Constantino fundou a Basílica de São Pedro, na Colina Vaticana, sobre um templo preexistente, dedicado a Apolo, onde sepultou o corpo do apóstolo Pedro. Graças às boas relações entre Silvestre e Constantino, surgiram a Basílica e o Batistério de São João em Latrão, perto do ex-palácio imperial, onde o Pontífice começou a morar; a Basílica do Sessorium (Basílica de Santa Cruz em Jerusalém) e a Basílica de São Paulo extra Muros.

No entanto, a memória de Silvestre é ligada, principalmente, à igreja in titulus Equitii, que recebe o nome de um presbítero romano, que, se diz, tenha construído esta igreja sobre sua propriedade. Ela ainda existe nas proximidades das Termas de Trajano, ao lado da Domus Aurea.

Papa “confessor da fé”

Ao invés, não se sabe se Silvestre participou das negociações sobre os Donatistas de Arles e o Arianismo, no primeiro Concílio Ecumênico da história, ocorrido em Niceia, no ano 325. Segundo alguns, ele nem teve a possibilidade de intervir. Entretanto, ele deve ter gozado de grande impacto entre seus contemporâneos, tanto que, ao morrer foi honrado, publicamente, com o título de “Confessor”. Aliás, ele foi um dos primeiros a receber este título, atribuído, a partir do século IV, a quem tivesse transcorrido uma vida sacrificada por Cristo, mesmo sem martírio.

Além do mais, este Papa, sem dúvida, contribuiu para a evolução da Liturgia. Durante o seu Pontificado, provavelmente, foi escrito o primeiro Martirológio Romano. O nome de Silvestre é ligado também à criação da Escola romana de Canto.

A Milícia Dourada

O Papa São Silvestre é o Padroeiro da Ordem cavalheiresca chamada Milícia Dourada ou também “Espora de Ouro”, que, segundo a tradição, foi fundada pessoalmente pelo imperador Constantino I. Após vários acontecimentos, ao longo dos séculos, o Papa Gregório XVI, em 1841, no âmbito de uma ampla reforma das Ordens equestres, separou a Milícia Dourada da Ordem do Papa São Silvestre, assegurando-lhe dignidade e estatutos próprios. Em 1905, Papa Pio X acrescentou outras modificações, que vigoram ainda hoje.

A Ordem prevê quatro classes: Cavaleiro, Comendador, Oficial (Grande-Oficial), Cavaleiro Grã-Cruz. Das três Ordens equestres, disciplinadas pela Santa Sé, a menor é a de São Silvestre; a classe mais alta pertence à Ordem Planária, seguida por aquela de São Gregório Magno.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 27 dez. 2023.

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Por Mauro Nascimento