Vejamos em primeiro lugar o que é a espórtula. Também chamada com o nome de estipêndio, ela é o pagamento de uma quantia, normalmente estipulada pela Diocese do lugar, para a celebração da Santa Missa aplicada à determinada intenção de um fiel. Porém, precisamos entender que não se trata de pagar pelo sacramento, cujo valor é incalculável. Como indica o Código de Direito Canônico, trata-se dos gastos da celebração do culto (como as reformas do templo, por exemplo), da manutenção dos ministros e das obras de caridade.
Essa espórtula é muito importante, considerando estes destinos tão necessários. Veja-se o caso dos ministros, como um destes destinos: um sacerdote totalmente dedicado ao serviço de sua paróquia, por exemplo, não tem, muitas vezes, tempo para conseguir fundos e recursos para o seu próprio sustento.
A espórtula tem a finalidade de ajudá-lo nesse sentido. Da mesma maneira, muitas obras de caridade se sustentam graças às espórtulas, e algumas delas não têm outra maneira de obter recursos.
O termo “dízimo”, por sua vez, quer dizer, originalmente, o pagamento à Igreja de 10% dos ganhos de uma pessoa, como o salário, por exemplo. Mas é preciso observar que nem o Catecismo, nem o Código de Direito Canônico estipulam exatos 10%. Ambos falam da obrigação dos fiéis de “socorrer às necessidades da Igreja” (ver Cânon 222 § 1 do Código de Direito Canônico) e deixam, portanto, à decisão livre dos fiéis, a quantidade que cada um entregará.
Veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica, n.º 2043: “Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja”.
Esta entrega, no caso do dízimo, é mensal, e seu destino mais comum é a paróquia na qual vive o fiel, mas não necessariamente uma paróquia. Os católicos também podem contribuir, através do dízimo, com outras instituições da Igreja, como são os movimentos eclesiais, obras de caridade ou associações católicas das quais participam.
Portanto, todo cristão está convidado a assumir essa responsabilidade, e contribuir, seja com o dízimo ou com as espórtulas, com a Igreja, segundo a largueza e generosidade do próprio coração, como nos diz São Paulo: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento” (2Cor 9,7).
Fonte: A12. Acesso em: 03 jan. 2025.