Catolicismo de maneira inclusiva

Autor: Katholikos (Página 15 de 167)

11 de março – São Constantino

Constantino faz parte da heroica história do cristianismo na Escócia. Ele era rei da Cornualha, pequena região da Inglaterra e se casou com a filha do rei da Bretanha. Depois se tornou o maior evangelizador de sua pátria e o responsável pela conversão do país.

O rei Constantino não foi um governante justo, até sua conversão. No início da vida cometeu sacrilégios e até assassinatos, em sua terra natal. Para ficar livre de cobranças na vida particular, divorciou-se da esposa. Foram muitos anos de vida mundana, envolvido em crimes e pecados. Mas quando soube da morte de sua ex-esposa, foi tocado pela graça tão profundamente que decidiu transformar sua vida. Primeiro abriu mão do trono em favor de seu filho, depois se converteu, recebendo o batismo. Em seguida se isolou no mosteiro de São Mócuda, na Irlanda, onde trabalhou por sete anos, executando as tarefas mais difíceis, no mais absoluto silêncio.

Os ensinamentos de Columbano, que também é celebrado pela Igreja, e que nesse período estava na região em missão apostólica, o levaram a se ordenar sacerdote. Assim, partiu para evangelizar junto com Columbano, e empregou a coragem que possuía, desde a época em que era rei, para a conversão do seu povo. As atitudes de Constantino passaram a significar um pouco de luz no período obscuro da Idade Média.

A Inglaterra e a Irlanda, naquela época, viviam já seus dias de conversão, graças ao trabalho missionário de Patrício, que se tornou mártir e santo pela Igreja, e outros religiosos. Constantino que recebera orientação espiritual de Columbano não usava os mantos ricos dos reis e sim o hábito simples e humilde dos padres. Lutou bravamente pelo cristianismo, pregou, converteu, fundou vários conventos, construiu igrejas e, assim, seu trabalho deu muitos frutos. Sua terra, antes conhecida como “o país dos Pitti”, assumiu o nome de Escócia, que até então pertencia a Irlanda.

Porém, antes de se tornar um estado católico, a Escócia viu Constantino ser martirizado. Foi justamente lá que, quando pregava em uma praça pública, um pagão o atacou brutalmente, amputando-lhe o braço direito, o que causou uma hemorragia tão profunda que o sacerdote esvaiu-se em sangue até morrer, não sem antes abraçar e abençoar a cada um de seus seguidores. Morreu no dia 11 de março de 598, e se tornou o primeiro mártir escocês.

O seu culto correu rápido entre os cristãos de língua anglo-saxônica, atingiu a Europa e se propagou por todo o mundo cristão, ocidental e oriental. Sua veneração litúrgica foi marcada para o dia de seu martírio.

Fonte: Franciscanos. Acesso em: 06 mar. 2024.

11 de março – Monsenhor André Sampaio

“É natural que na vida tenhamos dificuldades, mas não devemos nos desesperar, pois tudo isso é natural. Tudo faz parte de nossa peregrinação terrestre. Não devemos nos desesperar diante das adversidades, pois jamais estamos desamparados pelo nosso Pai Celeste. Ele está sempre velando por nós de alguma forma. Quando surgir uma dificuldade façamos a parte que nos cabe, e aquilo que não depende de nós, entreguemos a Deus e tudo se resolverá. Muitas vezes o que nos falta é a confiança, o que torna tudo mais difícil. Jamais passaremos por uma prova onde não tenhamos condições de suportá-la. Cada um recebe de acordo com o seu grau de entendimento. Além do que, não podemos nos esquecer de que tudo passa. O mal não dura eternamente, mas somente o tempo necessário para a nossa educação, crescimento e evolução. Por isso, desesperar jamais. Confiança sempre. Não estamos sozinhos. Temos Deus ao nosso lado!”

Monsenhor André Sampaio

10 de março – Monsenhor André Sampaio

“É humano sentir raiva, faz parte de nossa evolução atual, mas devemos nos esforçar para esquecê-la. Não devemos alimentá-la nos lembrando dela, nem remoendo acontecimentos passados, porque a raiva causa uma grande inquietude interior em nossos corações, principalmente em nossa família e nossos amigos. Somos as primeiras vítimas de nossa própria raiva. Ela nos queima por dentro, tirando nossa paz; obscurece nossos pensamentos, distorce nossas percepções.

A raiva acumulada, guarda um pouco aqui e ali, nos prejudica muito e nos afasta de Deus. As pessoas pensam que alguém ou algo lhes provoca raiva, mas essa raiva já existe dentro de nós, é criada e mantida por nós. Se você sente raiva, não pode culpar ninguém a não ser você mesmo. É necessário aprender a lidar com a raiva e nos livrar de seus efeitos maléficos, tanto físicos, mentais e espirituais, que Ela nos provoca. Como é inerente a nós ainda, é importante quando sentimos raiva perguntar a nós mesmos o que queremos desta situação, para onde isto pode nos levar?

Isto cria uma mudança mental em nosso foco e nos acorda. E em vez de ficarmos presos na raiva, nós a analisaremos. Então, podemos perguntar a nós mesmos de que outra maneira podemos conseguir nos libertar. E podemos perceber que ideias alternativas surgem na mente e isso melhora nossa autoestima, reduz a frustração e diminui a raiva.

Existem pessoas que gostam de ficar com raiva. Acham que até aliviam as tensões, mas depois se culpam e lutam para se libertarem disso. Ajudaria muito se elas entendessem que mesmo que pudessem sentir alívio no momento, colocando pra fora tudo que sentiam, isto não funciona. A melhor saída para sair desta situação, é tomar um copo de água, respirar algumas vezes profundamente, e lembrar-se de Deus pela oração, e pelo evangelho.

Todos os nossos defeitos internos, alimentam uns aos outros e se estamos presos no orgulho e na vaidade, é mais difícil libertar-se da raiva. A humildade e a ponderação nos ajudam a testemunhar o que está acontecendo dentro de nós, dando-nos força para mudarmos.

A raiva acumulada desde a infância, por exemplo, gera a depressão que tira a alegria de viver. Hoje em dia muitos médicos receitam remédios para depressão que podem até aliviar um pouco os sintomas, mas enquanto a pessoa não for na causa verdadeira da depressão, ela vai ficar sempre dependente, triste e angustiada, pois depressão é uma doença da alma, da raiva e do ódio que cultivamos, além das inúmeras outras doenças físicas que tem como origem a raiva, o ódio e assim por diante.

Porém não podemos nos libertar da raiva simplesmente suprimindo-a. É necessário cultivar os antídotos da raiva: a Tolerância, Paciência e o Perdão. Para ficarmos livres desse inimigo interno tão destrutivo que surge de uma mente insatisfeita e descontente, é essencial gerar o contentamento interior, a gratidão e o entusiasmo; cultivar a bondade, a benevolência e a caridade. Isto vai produzindo serenidade mental que impede a raiva de se manifestar.

Somente com o Perdão podemos abandonar os sentimentos negativos associados aos acontecimentos vividos, nos livrando das sensações de ressentimentos e raiva.”

Monsenhor André Sampaio

10 de março – São João Ogilvie, sacerdote e mártir

Imagem: Wikipedia

Outono de 1613. O capitão Watson volta a lançar suas âncoras no cais de Leith, às portas de Edimburgo, após 22 anos de ausência. Até então, havia viajado por toda a Europa: França, Bélgica, Alemanha, Áustria, Boêmia e Morávia. O capitão era um homem culto, porque conseguiu estudar em todas as cidades por onde passava. Porém, decidiu voltar para casa e continuar seu trabalho, que não pôde fazer à luz do sol.

Clandestino do Evangelho

Na verdade, o “Capitão Watson” era João Ogilvie, um missionário jesuíta desconhecido, que havia desembarcado em uma terra que lhe é mãe e inimiga.

Vinte anos antes do seu nascimento, em 1579, a Escócia se tornara protestante e, para os católicos, a vida tornou-se muito perigosa. Celebrar ou participar de uma Missa podia custar a perda dos bens e o exílio e, os recidivos, pagavam com a vida. João sabia muito bem disso e, apesar de os seus superiores o terem transferido para Rouen, na França, por dois anos ele insistiu, em suas cartas ao Superior geral, Padre Cláudio Acquaviva, pedindo-lhe para voltar a viver com seus compatriotas. De fato, com a sua tenacidade, conseguiu regressar ao seu país. Em 11 de novembro de 1613, aquele clandestino do Evangelho começou sua nova missão.

Amor e traição

A vida de cada dia do Padre João era um contínuo desafio ao sistema. Celebrava Missa, antes do amanhecer, com alguns fiéis de confiança; depois, visitava os enfermos, os encarcerados; encontrava novos convertidos, mas até “hereges”, aqueles protestantes que queriam voltar ao catolicismo. Algumas vezes, dormia na casa de alguns deles e costumava recitar o breviário no quarto onde se hospedava. “Alguém que me espiava, me ouviu sussurrar, em voz baixa, à luz de vela, dizia que eu era um mago”, recorda Ogilvie em suas memórias.

No entanto foi traído precisamente por um “herege”, Adam Boyd, um cavalheiro de Glasgow, cidade onde o Jesuíta foi morar em outubro de 1614. Boyd fingiu querer reconciliar-se com a Igreja, ao invés, entregou o Padre João ao arcebispo anticatólico da cidade, que o mandou prender.

Fé férrea

O que se segue, recorda a noite que Jesus passou entre Quinta e Sexta-feira Santas. Uma noite que, para o Padre João, durou quatro meses: processos intercalados com torturas, constantemente acorrentado com perneiras de ferro, que o dilaceravam. Insultado e esbofeteado até pelo arcebispo, Padre João não cedeu um milímetro, pelo contrário respondia a todas as acusações. Ele foi insultado até por algumas famílias católicas, aprisionados por causa de uma lista de nomes encontrados entre os papéis do Jesuíta.

No entanto, ele não traía ninguém. Aliás, às vezes, era irônico e pungente com aqueles que o queriam dissuadir. E, quando a sua ameaça da morte se concretizou, disse: “Se eu pudesse, salvaria a minha vida, mas sem jamais perder a Deus; não podendo conciliar as duas coisas, sacrificaria o bem menor para ganhar o bem maior”.

Até o fim

Uma vez que a violência não o fazia ceder, tentaram seduzi-lo, oferecendo-lhe ricas rendas e até a mão da própria filha do arcebispo. Mas, nada o convencia o Jesuíta; ele rejeitava a apostasia, sem rejeitar a supremacia espiritual do Papa sobre aquela do rei, a quem ele acreditava governar a Igreja por direito divino.

Nestas alturas, Jaime I Stuart interveio na disputa, mandando enforcar Ogilvie, se ele continuasse a relutar em suas posições. A sentença foi formalizada na manhã de 10 de março de 1615 e executada à tarde. Mesmo já estando no patíbulo, – narra a crônica oficial do julgamento, – o Padre João empreende combate contra aqueles que o difamavam, acusando-o por crime de lesa-majestade. “Quanto ao rei – exclamava – eu daria, com prazer, a vida por ele! Saibam também que eu e outro meu amigo escocês agimos em benefício do rei no exterior; fizemos coisas tão importantes por ele que vocês, com todos os seus ministros, nunca conseguiriam fazer. Portanto, morro sim, mas somente pela minha fé”.

Os restos mortais de São João Ogilvie foram enterrados junto com os dos outros condenados e se perderam para sempre. Em 1976, o Papa Paulo VI o proclamou Santo.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 06 mar. 2024.

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Por Mauro Nascimento