“A caridade começa por você mesmo, porque você não pode dar o que não tem. Os sentimentos são como os bens materiais, se você não os tiver para si, não pode dá-los aos outros. Se você tem somente um saco de pão e alguém lhe pede uma laranja, você não pode dar, pois não a tem. Se você não tiver amor e paz dentro de você, não poderá dar, pois, primeiramente, é preciso ter para si, para depois poder dar para os outros. Cada pessoa deve ser ‘apaixonada’ por si mesma, deve gostar de sua vida e estar satisfeita com o que é, mas sem ser egoísta. Se você não está satisfeito com o que é, imagine o que gostaria de ser e trabalhe para atingir seu ideal, porque quando você pensa o bem, todas as forças do Universo conspiram a seu favor. Aprenda a amar-se a si mesmo para poder saber amar aos outros. Lembre-se, você não pode dar o que não tem, por isso, se não tiver amor em seu coração, não pode dar. Se não tiver paz na sua consciência, não pode dar. Se não tiver alegria, não pode dar, e assim por diante. Esse o porquê de a caridade começar por você, depois para com os mais próximos (logicamente os que merecem e querem ajuda), e, posteriormente, para com os desconhecidos. Muitas pessoas, trabalhadores abnegados do bem, lutam incessantemente contra as forças do mal em nome de Deus; mas devem tomar cuidado para não usarem a caridade, como fuga de seus problemas. Não adianta trabalhar na caridade e não ter caridade consigo, não adianta conquistar o mundo, se não dominar a si mesmo. Não existe fé sem obras, pois a religião sem caridade é um saco vazio. A caridade é o exercício da fé; ninguém é tão pobre que não possa dar um sorriso. A caridade deve ser praticada diariamente com compromisso e disciplina, porque sem isto não há trabalho, há desordem. Deve ser feita principalmente com doação, sem esperar alguma coisa em troca, pois, se assim fizer, estará trocando e não doando. Tenha consciência de que você está trabalhando não pela sua glória, mas sim pela glória de Deus.”
Monsenhor André Sampaio
Deixe um comentário