Catolicismo de maneira inclusiva

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Kobra usa a arte para difundir a mensagem de paz e fraternidade entre diferentes religiões

Kobra, artista brasileiro conhecido por suas obras urbanas gigantes e icônicas, está em Benim, África, para inaugurar o seu projeto “Coexistência”. A ideia do projeto é espalhar mensagens de tolerância e paz por meio de obras de arte que retratam diferentes religiões convivendo em harmonia.

Segundo Kobra, independente da religião, a mensagem principal deve ser o amor. Ele afirma que o amor é o que nos une e jamais pode ser causa de separação, conflito ou desgraças. “Meu projeto ‘Coexistência’ consiste nisso: espalhar mensagens de tolerância e de paz, lembrando que a fé, não importa de qual credo, precisa partir dos pressupostos do respeito e do amor, precisa significar fraternidade entre os humanos“, afirma o artista.

A obra de arte criada por Kobra para o projeto é uma representação simbólica das diferentes religiões presentes em Benim. Doze pessoas, cada uma representando uma religião e também aludem aos 12 estados da nação. Todas olham para o céu, abraçadas, mostrando que é possível caminhar juntos, em paz e harmonia.

Benim foi escolhido por Kobra por ser um país que se apoia sobre os pilares da liberdade religiosa e onde diferentes crenças convivem pacificamente. O artista espera que sua obra possa servir como um lembrete para todos sobre a importância da tolerância e do amor em uma sociedade cada vez mais diversa. Em Benim foi feito o primeiro mural do projeto na África e faz parte de uma iniciativa mais ampla do artista de levar suas mensagens de amor e tolerância para todo o mundo.

A obra de arte criada por Kobra em Benim é uma bela representação de que é possível conviver em paz e harmonia, independentemente das diferenças religiosas. O amor e a tolerância devem ser os pilares de todas as religiões e devem ser cultivados em todas as sociedades, para que possamos viver em um mundo mais justo e pacífico.

Mauro Nascimento

A difícil decisão das igrejas que possuem obras de Rupnik: retirar ou contextualizar?

O caso do padre jesuíta Rupnik coloca em questão um dilema ético e moral que tem sido debatido ao longo dos anos: o que fazer com as obras de arte de artistas que cometem crimes ou transgressões? É uma questão complexa e não há uma resposta fácil.

De um lado, é importante reconhecer a gravidade das acusações feitas contra Rupnik. Abuso sexual, psicológico e espiritual são crimes terríveis e inaceitáveis, e é fundamental que essas denúncias sejam investigadas e que haja justiça para as vítimas. É compreensível que as igrejas que possuem obras de arte criadas por ele estejam considerando retirá-las, dada a seriedade das acusações.

Por outro lado, há o valor artístico e histórico dessas obras. Muitas igrejas e locais sagrados têm obras de arte que são consideradas tesouros culturais e religiosos, e que foram criadas por artistas que podem ter cometido transgressões em suas vidas pessoais. Seria justo apagar essas obras por causa das ações de seus criadores?

Não há uma resposta fácil, mas é possível pensar em algumas possibilidades. Uma delas seria manter as obras, mas contextualizá-las de maneira apropriada. Isso poderia envolver incluir informações sobre as acusações contra o artista, bem como sobre o contexto histórico e cultural em que a obra foi criada. Isso permitiria que os visitantes entendessem tanto o valor artístico da obra quanto as questões éticas envolvidas.

Outra possibilidade seria remover as obras e substituí-las por outras que tenham o mesmo valor artístico e histórico, mas que tenham sido criadas por artistas que não tenham cometido transgressões. Isso seria uma forma de preservar a integridade das igrejas e dos locais sagrados, sem apagar a história ou o valor artístico das obras.

Em última análise, cabe às instituições religiosas que possuem obras de arte de Rupnik decidirem o que fazer. Independentemente da decisão tomada, é importante lembrar que o valor artístico de uma obra não justifica ou minimiza os crimes cometidos pelo seu criador. É possível admirar a beleza e o significado de uma obra de arte, ao mesmo tempo em que se reconhece e repudia as ações de seu criador.

Mauro Nascimento

Referência: BBC Brasil. Acesso em: 17 abr. 2023.

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Por Mauro Nascimento