Catolicismo de maneira inclusiva

Autor: Katholikos (Página 79 de 167)

06 de outubro – São Bruno da Calábria, presbítero, fundador da Ordem dos Cartuxos

São Bruno da Calábria, Girolamo Marchesi

Bruno nasceu em uma nobre família alemã de Colônia, em Lotharingia, em 1030. Na época, toda a Europa passava por um período de grande agitação e mobilidade. Por isso, não se deve maravilhar se ele transcorreu sua vida entre a Alemanha, França e Itália. Frequentou a escola de São Cuniberto, mas logo chamou a atenção do Bispo, que o nomeou Cônego da sua igreja. A seguir, foi morar em Reims para estudar e, depois, lecionar. Ali, deparou-se com a simonia, a praga de compra e venda de cargos eclesiásticos, que havia surgido no seio da Igreja: assim, começou a ter desgosto pelo mundo.

Melhor ser eremita do que Bispo

Enquanto dirigia com proveito a escola, onde havia estudado, faleceu o Bispo de Reims, do qual Bruno seria sucessor natural. Porém, foi eleito Manassés de Gournay, que ele havia acusado de simonia. Deu-se então uma ruptura total. Obrigado a retirar-se, Bruno tomou a decisão definitiva de deixar o mundo secular. Por um tempo, seguiu as orientações de São Roberto, no eremitério de Molesme, mas, percebeu que o Senhor o queria em outro lugar. Com seis companheiros, que compartilhavam das suas mesmas ideias, se apresentou ao Bispo de Grenoble, que, confiando na sua fama, lhe colocou à disposição um terreno inacessível, em Chartreuse, quase a 1200 metros acima do nível do mar.

Construção em palha e pedra

Bruno sentiu-se realizado naquele lugar inacessível. Com seus companheiros, iniciou a construção de cabanas de palha, nas quais viviam, e também uma igrejinha, edificada de pedra, conforme os critérios para a consagração de um lugar sagrado, que ocorreu em 1085. Naquele lugar, Bruno conseguiu viver uma vida de silêncio, conversando, em seu coração, apenas com Deus, mediante a oração e o recolhimento, enquanto a vida comunitária era reduzida ao mínimo. Entretanto, ele e seus companheiros não sabiam que estavam fundando algo novo, porque não era aquela a intenção: queriam apenas manter distância dos mercenários simoníacos e viver o Evangelho com radicalidade. De fato, foi apenas tentando fazer a vontade de Deus, que tal experiência se transformou em uma nova Ordem monástica: os Cartuxos. Embora Bruno tivesse começado a escrever muitas cartas e reflexões, a verdadeira e própria redação da Regra só ocorreu com o quinto prior, Guigues.

Em Roma, era muito diferente…

Após apenas seis anos da fundação dos Cartuxos, Bruno foi convocado a Roma: um seu antigo aluno, eleito Papa com o nome de Urbano II, o quis como Conselheiro. Bruno não ousou desobedecer ao Pontífice, mas lhe custou muito abandonar a vida monástica. Na verdade, sua permanência em Roma durou apenas alguns meses, obtendo, depois, a autorização do Papa para se transferir para a Calábria. O Papa queria nomeá-lo Bispo de Régio Calábria, mas Bruno recebeu de presente, de um fidalgo, um território na localidade chamada Torre. Ali, começou a formar uma nova comunidade de eremitas, onde vive um povoado, que, hoje, em sua honra, se chama Serra São Bruno. O Santo passou os últimos anos da sua existência naquele lugarejo, vivendo, como sempre quis, até à sua morte, em 1101.

O culto de São Bruno

Bruno foi, oficialmente, canonizado em 1623, por Gregório XV, mas seu culto já havia sido autorizado por Leão X, em 1514.

Em 9 de outubro de 2011, Bento XVI, – por ocasião da sua peregrinação ao Convento de Serra São Bruno, o definiu assim: “O monge, deixando tudo, por assim dizer, arrisca e se expõe à solidão e ao silêncio para viver apenas do que é essencial: e, precisamente, vivendo o essencial, encontra uma profunda comunhão com os irmãos, com cada homem”.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 02 out. 2023.

05 de outubro – Monsenhor André Sampaio

“Numa época em que, especialmente nas redes sociais, mas não só, muitos usam a linguagem violenta e depreciativa, com palavras que ferem e às vezes destroem as pessoas, – sublinha Papa Francisco -, é necessário calibrar a linguagem, e como dizia o santo São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, ‘usar a palavra como o cirurgião usa o bisturi’. Num tempo de demasiadas palavras hostis, em que falar mal dos outros tornou-se hábito, junto com o de classificar as pessoas, é preciso sempre lembrar que cada pessoa tem a sua intangível dignidade, que nunca lhe pode ser tirada.”

Monsenhor André Sampaio

05 de outubro – Santa Faustina Kowalska

Santa Faustina Kowalska

Santa Faustina Kowalska, a grande apóstola da Divina Misericórdia, nasceu no dia 25 de agosto de 1905, na pequena aldeia polonesa de Glogowiec. Seus pais, Mariana e Stanislaw Kowalski, humildes camponeses, mas cristãos fervorosos, transmitiram-lhe uma fé profunda e autêntica.

Faustina foi batizada com o nome de Helena. Aos sete anos, sentiu-se chamada para a vida religiosa. Porém, não tendo a autorização dos pais, nada pôde fazer.

Terceira de dez filhos, Faustina deixou a escola, depois de três anos, para trabalhar como doméstica na casa de algumas famílias ricas, a fim de manter a si e à sua família.

Aos vinte anos, amadureceu, definitivamente, a escolha da vida religiosa, animada por uma visão de Cristo sofredor, que lhe disse: “Até quando terei que a suportar? Até quando você vai me enganar?”

Abundantes graças divinas

No dia 10 de agosto de 1925, a Santa entrou para o convento das Irmãs da Bem-aventurada Virgem Maria da Misericórdia, em Varsóvia, onde recebeu o nome de Irmã Maria Faustina. Ela transcorreu treze anos de vida religiosa em vários conventos da Congregação, trabalhando na cozinha, no jardim e na portaria. Mas, desempenhou todos os seus trabalhos com dedicação e humildade, discrição e disponibilidade.

Irmã Faustina recebeu abundantes graças do Senhor, entre as quais os estigmas, sinais visíveis mais evidentes; recebeu, outrossim, numerosas revelações e visões, que – a pedido de seus confessores – anotou em seu Diário, hoje traduzido em várias línguas.

Santa Faustina Kowalska morreu com apenas 33 anos, em 5 de outubro de 1938, em Cracóvia, consumida pela tuberculose.

A secretária da Divina Misericórdia

Em 22 de fevereiro de 1931, a Santa anotou em seu Diário: “Estando na minha cela, vi o Senhor Jesus vestido com uma túnica branca: com uma mão abençoava e com a outra batia no peito e das suas vestes saíam dois grandes raios: um vermelho e o outro pálido […]. Após alguns instantes, Jesus me disse: “Pinte uma imagem do que você está vendo e escreva em baixo ‘Jesus, eu confio em vós’.” Quero que esta imagem seja venerada, antes de tudo, na capela de vocês e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem, jamais perecerá… porque eu mesmo a protegerei com a minha glória” (D. 47-48).

A imagem foi logo pintada e teve grande propagação, com as outras formas de culto à Divina Misericórdia, como Jesus havia pedido à Irmã Faustina: a festa da Divina Misericórdia, no primeiro domingo depois da Páscoa; a reza do terço da Divina Misericórdia; a oração da hora da Misericórdia (às 15 horas).

Jesus confiou, à humilde religiosa polonesa, que gostava de ser chamada “secretária do meu mistério mais profundo”, a sua mensagem de amor aos homens: “No Antigo Testamento, mandei os profetas, ao meu povo, por meio de raios; hoje, eu envio você, com a minha misericórdia, a toda a humanidade. Não quero punir a humanidade sofredora, pelo contrário, quero curá-la e apertá-la ao meu coração misericordioso” (D. 522).

A devoção de Dom Wojtyła

A devoção a Jesus Misericordioso difundiu-se rapidamente na Polônia, logo após o falecimento da Irmã Faustina.

Nos anos Sessenta, o então Arcebispo de Cracóvia, Dom Karol Wojtyła, promoveu o processo informativo concernente à vida e às virtudes de Faustina. Ao tornar-se Papa, João Paulo II presidiu à sua Beatificação, em 18 de abril de 1993, e à Canonização em 30 de abril de 2000. Na mesma ocasião, anunciou também o Domingo dedicado à Divina Misericórdia (primeiro domingo depois da Páscoa). Às vésperas desta festa, no dia 2 de abril de 2005, o Papa polonês foi para a Casa do Pai.

Santa Faustina Kowalska foi um dos santos Padroeiros do Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 02 out. 2023.

04 de outubro – São Francisco de Assis, fundador da Ordem Franciscana, padroeiro da Itália

São Francisco de Assis (© Musei Vaticani)

Um jovem com grandes aspirações

Pequeno de estatura, de caráter extrovertido, Francisco sempre nutriu no coração o desejo de realizar grandes empreendimentos; isto o induziu, com a idade de vinte anos, a partir, primeiro para a guerra entre Assis e Perugia e, depois, para a Cruzada. Filho de um rico mercante de tecidos, Pedro de Bernardone, e de uma mulher nobre provençal, Pica, nasceu em 1182 e cresceu entre a opulência da família e a vida mundana. Ao retorno da dura experiência bélica, doente e abalado, foi irreconhecível por todos. Alguma coisa, além da experiência no conflito, havia afetado profundamente a sua alma.

Um encontro perturbante e a pergunta: servir ao servo ou ao Senhor?

Ele jamais havia se esquecido das palavras recebidas em sonho, em Espoleto: “Por que te inquietas em buscar o servo em vez do Senhor?”. A sua existência tomou um novo rumo, guiado pelo constante desejo de saber para que Deus o chamasse. Oração e contemplação, no silêncio dos campos da Úmbria, levaram-no a abraçar como irmãos os leprosos e os desprezados, contra os quais sempre sentia sempre aversão e repugnância.

São Damião: “Francisco, vai e restaura a minha Igreja em ruína”.

A voz que ouviu em Espoleto voltou a ressoar no silêncio da oração diante de um crucifixo bizantino na igrejinha abandonada de São Damião: “Francisco, vai e restaura a minha Igreja, que como vês, está em ruína”. Aquela admoestação, antes entendida como convite a reconstruir pedra por pedra a ruína da capelinha, com os anos revelou ao jovem seu pleno significado. Ele era chamado a “coisas maiores”: “renovar”, em espírito de obediência, a Igreja que, na época, era investida por divisões e heresias.

Esposo da senhora Pobreza

A irreprimível alegria, brotada pelo sentir-se amado e chamado pelo Pai, aumentou no jovem o desejo de viver de Providência e, em prol do Evangelho, decidiu deixar seus bens aos pobres. Era irreparável a divergência criada com o pai, Pedro de Bernardone. Este o denunciou publicamente; então, o filho declarou seu íntimo desejo de casar com a senhora Pobreza, despojando-se das suas vestes diante do Bispo Guido.

A primeira comunidade de frades. O Papa aprova a Regra

Numerosos companheiros uniram-se a Francisco, que, como ele, queriam viver o Evangelho ao pé da letra, em pobreza, castidade e obediência. Em 1209, o primeiro núcleo de “frades” foi a Roma encontrar-se com o Papa Inocêncio III, que, impressionado por “aquele pequeno jovem de olhos ardentes”, aprovou a Regra, depois confirmada definitivamente, em 1223, por Honório III.

As Clarissas e a Ordem Terceira

Também Clara, uma nobre de Assis, foi atraída pelo carisma de Francisco. Ele a acolheu e deu início à segunda Ordem Franciscana “as pobres damas”, depois conhecidas como Clarissas. A seguir, fundou uma Terceira Ordem para os leigos.

Francisco, “Alter Christus

O amor ardente por Cristo, expresso graciosamente com a representação do primeiro Presépio vivo, em Greccio, no Natal de 1223, levou o pobrezinho a conformar-se com Jesus e a receber, como primeiro santo da história, o sigilo dos estigmas. O “Jogral de Deus” foi testemunha da alegria da fé, aproximando do Evangelho também os não crentes e até capturando a atenção do Sultão, que o acolheu com honras na Terra Santa.

A vida de Francisco, Louvor ao Criador

A vida de Francisco foi um constante hino de louvor ao Criador. O “Cântico do Irmão Sol”, primeira obra-prima poética da literatura italiana, – escrita quando Francisco estava enfraquecido pela doença, – é expressão da liberdade de uma alma reconciliada com Deus, em Cristo. O Santo vai ao encontro de Jesus com alegria, quando a “irmã morte” o vem visitar: era a tarde de 3 de outubro de 1226.

O espírito de Assis, inspirador de fé e fraternidade

Francisco morreu, com 44 anos, no piso rude da Porciúncula, lugar onde recebeu o dom da “indulgência do Perdão”. Sua canonização ocorreu dois anos depois. O espírito de Francisco continua a inspirar muitos à obediência à Igreja, à promoção do diálogo entre todos, na verdade, na caridade e na tutela da Criação.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 29 set. 2023.

04 de outubro – Monsenhor André Sampaio

“Há momentos na vida em que olhamos ao redor e não vemos saída para as dificuldades. Sentimo-nos sufocados e sem esperança. Nesses momentos pare e respire. Eleve o pensamento a Deus e peça ao Pai que o guie, que o ampare. Permita que Deus o ajude, abrindo seu coração, confiando, mantendo a fé e a esperança. Nessa vida tudo passa. Hoje tudo parece difícil. Amanhã o panorama pode mudar. O que não podemos permitir é que nossa fé se esvaeça. Lembremo-nos do que Jesus disse aos apóstolos, em seus ensinamentos: ‘Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, dirás à esta montanha passa te daqui para acolá e ela passará’. Portanto, acreditemos na força e no poder de Deus que nos ama infinitamente e só deseja o nosso bem. O mal é passageiro e só acontece porque em algum momento nos desviamos do caminho reto, das Leis Divinas. Mas tão logo reconheçamos o erro, tudo tende a melhorar e a se modificar. Tenhamos coragem para mudar em nós o que é preciso, com confiança e fé. Dias melhores virão, com certeza!”

Monsenhor André Sampaio

 

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Por Mauro Nascimento