Katholikos

Catolicismo de maneira inclusiva

De Twitter a X: a nova cara da desordem nas redes sociais 

A aquisição do Twitter por Elon Musk e sua subsequente transformação em “X” tem sido um ponto de discussão acalorado. Muitos observadores consideram essa mudança um péssimo negócio, apontando perdas financeiras significativas e a queda contínua de usuários e anunciantes. No entanto, para alguém com uma fortuna colossal como Musk, tais perdas parecem ter sido, até certo ponto, previstas e aceitas. Essa atitude sugere que o objetivo de Musk ao adquirir e reconfigurar o Twitter vai além de simplesmente buscar lucro; ele parece estar mais interessado em criar uma plataforma que reflita suas próprias ideias e visões políticas.

Recentemente, Musk entrevistou Donald Trump em sua plataforma, um movimento que foi visto como um apoio indireto às visões do ex-presidente. Esse episódio exemplifica como Musk utiliza o “X” como um palco para suas próprias inclinações políticas, interferindo em áreas onde não é necessariamente chamado ou bem-vindo, e desafiando figuras e instituições de poder. Essa abordagem reflete uma visão pessoal do que é certo ou errado, e um desejo de moldar o discurso público de acordo com suas próprias crenças.

Além das motivações pessoais de Musk, a transformação do Twitter em “X” tem implicações significativas para os usuários da plataforma. O Twitter, antes uma rede social onde os usuários podiam seguir e interagir com outros de forma relativamente direta, agora parece ter mudado drasticamente. O novo algoritmo favorece a exposição de conteúdos e perfis com os quais o usuário não tem interesse explícito, promovendo conflitos e disputas ao invés de interações genuínas e construtivas. Esse ambiente, de constante provocação e antagonismo, desvia da natureza original da rede e aliena muitos de seus antigos usuários.

A transformação do Twitter em “X” também levanta questões sobre a moderação de conteúdo. Sem uma moderação robusta, a plataforma se tornou um espaço onde discursos de ódio, desinformação e teorias da conspiração podem prosperar. Para muitos, isso é lamentável e representa uma degradação do que o Twitter já foi: um espaço vibrante para discussões informadas e diálogos produtivos.

Ao refletir sobre a trajetória de Elon Musk em outros setores, é inegável sua genialidade como empreendedor e inovador. No entanto, sua participação na transformação de uma rede social em um palco para visões políticas pessoais e a promoção de conflitos sugere uma falta de compreensão ou, talvez, uma desconsideração pelos valores que fizeram do Twitter um espaço único e relevante. A mudança para “X” é uma amostra de como a visão de um único indivíduo pode impactar milhões, e de como as plataformas de mídia social moldam não apenas o discurso público, mas também as próprias relações humanas em um mundo cada vez mais digitalizado.

Concluindo, a transição do Twitter para “X” reflete tanto as ambições pessoais de Elon Musk quanto as complexidades e desafios do cenário digital contemporâneo. Para muitos usuários, a mudança é um afastamento dos valores originais da plataforma e um movimento em direção a um futuro incerto, onde o conflito e a polarização parecem ser as novas normas.

Mauro Nascimento 

A ficcionalização de Santo Agostinho em “Vita Brevis” e o perigo da desinformação histórica 

Vita Brevis: A vida é breve: carta de Flórida Emília a Aurélio Agostinho em Portugal” é uma obra de Jostein Gaarder que se apresenta como uma narrativa ficcional baseada na descoberta de um suposto “Codex Floriae” – uma coleção de cartas da mãe do filho de Santo Agostinho, identificada como Flória Emília. Segundo o autor (Jostein Gaarder), esse códice foi encontrado em um sebo em Buenos Aires e apresenta uma perspectiva inédita e pessoal da relação entre Agostinho e Flória Emília, expressando a insatisfação e discordância dela em relação ao abandono por parte de Agostinho e sua conversão ao ascetismo.

No entanto, a autenticidade do “Codex Floriae” nunca é apresentada ou provada, revelando-se um mero recurso literário. O livro é claramente classificado como ficção tanto pela editora quanto pelas livrarias, e Jostein Gaarder, conhecido por seu trabalho em filosofia popular e literatura juvenil, não tem reconhecimento como tradutor de obras em latim ou como historiador especializado em Patrística. Isso levanta preocupações sobre a percepção pública da obra e a possível confusão que pode causar, especialmente para leitores que não têm familiaridade com a vida e obra de Agostinho de Hipona.

Uma análise mais aprofundada revela que o livro se equivoca gravemente ao atribuir a separação de Agostinho e sua concubina ao ascetismo do santo. Segundo as “Confissões” de Agostinho, especificamente no Livro VI, a verdadeira causa da separação foi um arranjo matrimonial que prometia vantagens financeiras e sociais significativas para Agostinho. Essa decisão ocorreu bem antes de sua conversão ao cristianismo e muito antes de qualquer comprometimento sério com o ascetismo. Após a separação, Agostinho não adotou imediatamente uma vida ascética; ao contrário, ele rapidamente buscou outra concubina devido ao longo período de espera de dois anos para o casamento, já que sua noiva oficial ainda era muito jovem.

A ficcionalização da vida de Agostinho em “Vita Brevis” não só distorce eventos históricos, mas também cria uma narrativa alternativa que muitos leitores podem erroneamente aceitar como verdade. Esse fenômeno reflete um problema maior na era da informação: a dificuldade de discernir entre fato e ficção, especialmente quando uma narrativa ficcional é apresentada com elementos que sugerem autenticidade histórica. A falta de uma leitura crítica e o desconhecimento sobre a verdadeira história de Agostinho levam muitas pessoas a aceitarem essa ficção como fato.

O perigo aqui não reside apenas na perpetuação de uma história falsa, mas na formação de percepções equivocadas sobre figuras históricas importantes como Agostinho de Hipona, cujas obras e ideias moldaram profundamente o pensamento ocidental. Quando uma obra de ficção se disfarça de fato histórico, mesmo que implicitamente, há o risco de que leitores desavisados tomem liberdades criativas como verdades históricas, comprometendo uma compreensão precisa e informada da história.

Portanto, é essencial que leitores e educadores promovam uma abordagem crítica ao engajamento com obras literárias, especialmente aquelas que tratam de figuras históricas e eventos. Compreender o contexto, a intenção do autor e as classificações de gênero literário é crucial para evitar mal-entendidos. Embora a ficção tenha o direito de explorar e reinterpretar o passado, ela não deve ser confundida com história verdadeira. A vida e o pensamento de Agostinho de Hipona são complexos e merecem ser abordados com respeito e rigor histórico, sem distorções que possam desinformar ou enganar o público.

A distinção clara entre fato e ficção é essencial para preservar a integridade da compreensão histórica e garantir que figuras como Agostinho sejam vistas à luz de seus contextos e realidades, não através de lentes ficcionais que obscurecem e distorcem a verdade.

Mauro Nascimento

Referências:

AGOSTINHO, Santo. Confissões/tradução do latim e prefácio de Lorenzo Mammi. 1ª ed. – São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2017.

GAARDER, Jostein. Vita brevis: a carta de Flória Emília para Aurélio Agostinho. Companhia das Letras, 2003.

Do sonho à realidade: a ascensão de Rebeca Andrade ao topo do Mundo Olímpico

Na manhã de uma segunda-feira histórica, um país inteiro celebrou o triunfo de Rebeca Andrade, uma conquista que reverberou como um sonho realizado. A ginasta brasileira superou a fenômeno estadunidense Simone Biles e garantiu a medalha de ouro na final olímpica do solo. Essa vitória não foi apenas um marco esportivo, mas também um ponto de reflexão sobre identidade, representatividade e o espírito brasileiro no cenário internacional.

Rebeca Andrade não é apenas uma atleta de alto desempenho; ela é um ícone de diversidade e representatividade em um país que luta para encontrar sua identidade em meio a uma rica tapeçaria cultural. Historicamente, as maiores figuras olímpicas do Brasil, como Torben Grael e Robert Scheidt, têm nomes que refletem uma herança europeia. Embora suas conquistas sejam indiscutíveis, a ascensão de Rebeca Andrade representa uma quebra de paradigmas, destacando o verdadeiro rosto do Brasil: um mosaico de influências africanas, indígenas e europeias.

Essa mudança no pódio esportivo reflete a evolução da sociedade brasileira, que, cada vez mais, celebra a diversidade de seu povo. Rebeca, com suas raízes em Guarulhos, uma cidade que encapsula a pluralidade do Brasil, é a personificação dessa evolução. Sua presença no topo dos esportes olímpicos é uma amostra de que o sucesso transcende qualquer limite de etnia ou classe social.

A vitória de Rebeca Andrade não é apenas um feito isolado; é uma fonte de inspiração para milhares de jovens atletas no Brasil e além. Ela representa a prova viva de que, com dedicação, trabalho árduo e resiliência, qualquer sonho é alcançável. Sua jornada desde o início humilde até o auge do esporte internacional é um testemunho de perseverança e determinação, valores que ecoam profundamente entre os jovens que aspiram a seguir seus passos.

Rebeca não é apenas uma inspiração para meninas que veem nela uma versão mais próxima de si mesmas, mas também para meninos e meninas de todas as origens, que podem ver na sua história uma mensagem de esperança e superação. Seu exemplo desafia estereótipos e convida a todos a sonharem alto, independentemente de suas circunstâncias.

Vencer Simone Biles, amplamente considerada uma das maiores ginastas de todos os tempos, é um feito que reverbera em todo o mundo esportivo. Mas essa vitória vai além do quadro de medalhas. Simone Biles, com sua presença marcante e habilidade incomparável, sempre foi uma força dominante na ginástica. Superar uma atleta dessa magnitude em uma final olímpica é uma demonstração não apenas de habilidade técnica, mas também de mentalidade e força interior.

Essa conquista oferece uma oportunidade para refletir sobre o impacto da saúde mental no esporte de alto nível. A própria Biles tem sido uma defensora aberta da importância de priorizar o bem-estar mental dos atletas, um tema que tem ganhado relevância global. A vitória de Rebeca, em muitos aspectos, celebra não apenas a capacidade atlética, mas também a resiliência mental e emocional necessária para competir no cenário mais prestigioso do mundo.

Com esta medalha de ouro, Rebeca Andrade não apenas se tornou a maior atleta olímpica brasileira em termos de conquistas, mas também redefiniu o legado esportivo do país. Sua carreira, marcada por seis medalhas olímpicas, agora se destaca não apenas pelo número, mas também pela variedade e qualidade dessas conquistas. Com duas medalhas de ouro e três de prata, ela supera os feitos de Robert Scheidt e Torben Grael, cimentando seu lugar na história do esporte brasileiro.

Essa vitória sublinha a necessidade de investimento contínuo no esporte de base no Brasil, assegurando que talentos como Rebeca Andrade tenham as oportunidades e os recursos necessários para florescer. Seu sucesso deve servir como um catalisador para políticas públicas que promovam o esporte em comunidades marginalizadas, reconhecendo o potencial transformador que o esporte possui na vida dos jovens.

A vitória de Rebeca Andrade é mais do que uma conquista pessoal; é um marco no esporte brasileiro que promete inspirar gerações futuras. Ela trouxe uma nova perspectiva para o que significa ser um atleta brasileiro de elite, desafiando normas tradicionais e reforçando a importância da diversidade e inclusão.

À medida que o Brasil olha para o futuro, a trajetória de Rebeca Andrade oferece lições valiosas sobre resiliência, representação e o poder do esporte como um agente de mudança social. Enquanto ela continua a fazer história, sua influência irá, sem dúvida, moldar o panorama do esporte brasileiro para as gerações vindouras, inspirando jovens a perseguirem seus sonhos com a mesma paixão e determinação que ela personifica.

Mauro Nascimento

A arte musical e a diversidade de gostos: um olhar crítico sobre o heavy metal

Criticar uma música ou um estilo musical, como o heavy metal, apenas porque ocasionalmente algumas pessoas o associam a elementos esquisitos, não faz sentido. A música é uma forma de expressão artística que reflete a diversidade e a complexidade da experiência humana. Ela transcende as fronteiras culturais e sociais, e seus significados podem variar amplamente entre diferentes grupos e indivíduos. Portanto, quando analisamos estilos musicais como o heavy metal, é crucial adotar uma perspectiva crítica que considere tanto o contexto cultural quanto a interpretação pessoal.

Um exemplo clássico da controvérsia em torno do heavy metal é a banda Iron Maiden. Conhecida mundialmente, ela possui um mascote icônico chamado Eddie. Muitos interpretam essa figura como demoníaca devido à sua aparência sombria e assustadora. No entanto, uma análise mais cuidadosa revela que Eddie é mais semelhante a um zumbi ou uma figura distópica, representando uma crítica social ou narrativa de ficção científica, em vez de qualquer alusão ao satanismo. Esta representação artística desafia as convenções e convida os ouvintes a explorarem temas complexos de uma maneira inovadora e simbólica. O heavy metal, em essência, utiliza temas como a morte, a escuridão, e a rebelião não para promover ideologias malignas, mas para questionar e explorar o lado obscuro da condição humana através da arte.

A associação entre heavy metal e satanismo é um equívoco comum que se perpetua ao longo dos anos. É um erro presumir que os fãs de gêneros como heavy metal ou death metal sejam automaticamente satanistas ou possuam crenças malévolas. Muitas vezes, essa presunção é baseada em estereótipos simplistas que não refletem a realidade dos apreciadores do gênero. Na verdade, muitos fãs e artistas de heavy metal são pessoas profundamente religiosas e éticas, incluindo cristãos devotos que enxergam a música como uma forma de arte e não como um reflexo de suas crenças pessoais. A preferência por usar roupas pretas ou gostar de bandas como Iron Maiden não deve ser vista como uma declaração de fé ou caráter, mas sim como uma expressão individual de estilo e gosto musical.

Outro aspecto que merece reflexão é a interpretação das letras de músicas que, muitas vezes, abordam questões teológicas ou filosóficas de forma controversa. É importante entender que apenas ouvir uma música não significa que a pessoa adere àquilo que a letra diz. Músicas seculares, aquelas que não são religiosas ou litúrgicas, geralmente não refletem a espiritualidade ou as crenças pessoais do ouvinte. Elas podem ser apreciadas por suas qualidades artísticas, melódicas, ou por sua capacidade de provocar reflexão. Apenas em raras exceções, uma música secular pode se alinhar profundamente com as crenças de alguém, mas essas exceções não são a norma.

A música religiosa, por outro lado, geralmente possui uma conexão direta com a espiritualidade do ouvinte, pois fala explicitamente sobre fé e valores religiosos. Entretanto, é importante não generalizar que todos os ouvintes de música secular sejam espiritualmente desconectados ou que não possuam crenças bem definidas.

A questão central aqui é o respeito à diversidade de gostos e preferências musicais. A arte é subjetiva e pessoal. Algumas pessoas podem se sentir atraídas por sons mais agressivos e letras introspectivas ou sombrias do heavy metal, enquanto outras podem preferir gêneros mais leves e otimistas. O importante é reconhecer que cada indivíduo tem o direito de escolher o que ressoa com sua experiência pessoal e emocional, sem julgamentos preconceituosos.

Ao criticar um estilo musical como o heavy metal baseado em equívocos e associações infundadas é uma abordagem limitada e injusta. A música, em todas as suas formas, é uma grande ferramenta de expressão que oferece uma gama diversificada de experiências e interpretações. Ao entendermos e respeitarmos a diversidade musical, promovemos uma sociedade mais inclusiva e aberta ao diálogo e à compreensão mútua. Portanto, ao invés de criticar ou marginalizar gêneros musicais e seus adeptos, devemos celebrar a riqueza e a complexidade que eles trazem à tapeçaria cultural da humanidade.

Mauro Nascimento

17 de maio – São Pascoal Bailão, leigo franciscano, padroeiro das associações eucarísticas

 

“Precisamos ter um coração de filho para Deus; um coração de mãe, para o próximo; um coração de juiz, para si.”

Pascoal nasceu no seio de uma família pobre de Aragão, Espanha, e, desde sua tenra idade, começou a ser pastor de ovelhas. Para ele, que amava tanto a Jesus, era a condição ideal: podia isolar-se, quando quisesse, meditar e rezar. Pascoal aprendeu a ler sozinho, como autodidata, através dos livros de oração. Aos 18 anos, tentou entrar para o convento dos Franciscanos Reformados de Santa Maria de Loreto – chamados Alcantarinos – por obra de São Pedro de Alcântara, mas foi rejeitado talvez por causa da sua jovem idade.

Um senhor rico, para o qual trabalhava, até lhe fez a proposta de adotá-lo e torná-lo seu herdeiro, mas ele não aceitou, porque estava decidido de se tornar franciscano. De fato, tentou novamente, em 1564, e se tornou noviço.

O humilde porteiro rumo a Paris

Pascoal destacou-se logo no convento por sua inteligência brilhante, fé inabalável e dedicação incrível à oração e adoração ao Santíssimo Sacramento. No entanto, permaneceu Irmão leigo por toda a sua vida, contra o parecer dos seus superiores, porque se sentia indigno do ministério sacerdotal e tocar em Jesus Eucarístico com as suas mãos. Rejeitou também todo e qualquer encargo importante, fazendo as tarefas mais humildes, como a de porteiro do convento de Jatíva e Valência. Porém, não pôde recusar a tarefa, que lhe foi confiada pelo ministro provincial, em 1576, de levar documentos importantes ao Padre Geral, que residia em Paris.

O “Serafim da Eucaristia”

A viagem a Paris era longa e perigosa: Pascoal corria o risco de ser morto pelos calvinistas. Muitas vezes, foi espancado, zombado, insultado. Em Orléans, quase foi apedrejado por uma disputa acirrada sobre a Eucaristia com seus opositores.

A Eucaristia estava sempre ao centro da vida e da espiritualidade do frade Pascoal: quando voltou de Paris escreve uma Coleção de Máximas para provar a presença real de Jesus sob as espécies do Pão e do Vinho e o poder divino transmitido ao Papa. Este livreto foi parar mãos do Pontífice, em Roma, que lhe deu o apelido de “Serafim da Eucaristia”.

De fato, a presença de Pascoal no mundo era angélica: seus confrades, muitas vezes, o viram em êxtase ou até em elevar-se durante as horas de adoração a Jesus Eucarístico, sobre a qual falava, continuamente, aos fiéis, aos frades e a todos, em cada momento e por toda a parte.

Pentecostes e os dons do Espírito

Há uma coincidência curiosa na vida de Pascoal: o dia de seu nascimento, em 16 de maio de 1540, ocorreu no dia de Pentecostes e seu falecimento, – por fraqueza, provações, constantes jejuns e privações corporais, – em 17 de maio de 1592, também no dia de Pentecostes.

Além do mais, seu nome, Pascoal, deve-se também a evento: a solenidade do Pentecostes, em espanhol, era chamada “Páscoa cor-de-rosa” ou “Páscoa do Pentecostes”.

Na pobreza material, que o frade sempre buscava e que o acompanhou por toda a vida, Pascoal foi enriquecido pelos dons do Espírito Santo, sobretudo pela sabedoria. Apesar de mal saber ler e escrever, muitas personalidades o procuravam para pedir-lhe conselhos; entre os franciscanos, era ainda considerado um teólogo e, para os fiéis, um ponto de referência.

No entanto, como foi dito, ele nunca foi sacerdote e nem teve a alegria de dar Jesus Eucarístico aos fiéis. Esta era uma das tantas privações, que havia decidido se infligir, porque não se considerava suficientemente digno.

Morte e culto

Após passar por tantas provações e mortificações do corpo, Pascoal faleceu, em 1592, depois de receber a Comunhão, no convento de Vila Real.

Dizem que, durante seu enterro, o frade ainda abriu os olhos para adorar, mais uma vez, Jesus na Eucaristia.

São Pascoal Baylon foi canonizado pelo Papa Alexandre VIII, há quase um século depois da sua morte, enquanto, em 1897, o Papa Leão XIII o proclamava Padroeiro das Obras e dos Congressos Eucarísticos.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 17 mai. 2024.

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Por Mauro Nascimento