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10 de fevereiro – Santa Escolástica, virgem e irmã de São Bento

Santa Escolástica virgem, Sacro Speco de Subiaco

“Quem ama mais, pode mais”!

Este desafio aconteceu com Bento de Núrsia, mas a vencedora foi sua irmã gêmea, Escolástica, que se consagrou ao Senhor, desde muito jovem. Vivendo à sombra do irmão, pai do monacato ocidental, foi sempre fiel intérprete da sua Regra.

Presume-se que Escolástica, primeira monja beneditina, viveu entre os anos 480 e 543. Natural de Núrsia, região italiana da Úmbria, foi uma dócil aluna de Bento, do qual recebeu a sabedoria do coração, a ponto de superar seu mestre: é o que narra São Gregório Magno nos seus “Diálogos”, único texto de referência, com poucas menções sobre a vida desta Santa; ele descreve ainda um particular episódio, no qual ela revela uma acentuada personalidade humana e grande profundidade espiritual.

Vocação religiosa, nas pegadas do irmão

Segundo a história de Escolástica, diz-se que era filha de Eutrópio, descendente de uma antiga família de Senadores romanos, os Anici, e de Cláudia, morta logo depois do parto dos gêmeos; com 12 anos, foi mandada a Roma, junto com seu irmão Bento, onde ficaram profundamente escandalizados pela vida desregrada da cidade. Bento tornou-se eremita, por primeiro, enquanto Escolástica, herdeira do patrimônio familiar e revelando-se distante dos bens terrenos, pediu ao pai para dedicar-se à vida religiosa. Antes, entrou para um mosteiro, próximo de Núrsia, e, depois, transferiu-se para Subiaco, seguindo o irmão, que havia fundado a Abadia de Monte Cassino, ao leste de Nápoles. Ali, em apenas sete quilômetros de distância, fundou o mosteiro de Piumarola, onde, com as coirmãs, seguiu a Regra de São Bento, que deu origem ao ramo feminino da Ordem dos Beneditinos.

A regra do silêncio

Era normal para Escolástica recomendar a observância da regra do silêncio e evitar conversas com pessoas estranhas no mosteiro, mesmo se fossem visitantes devotos. Ela costumava repetir: “Fiquem em silêncio ou falem de Deus, pois o que, neste mundo, pode ser tão digno para se falar senão sobre Ele?”. Escolástica gostava de falar, a respeito de Deus, sobretudo com o irmão Bento, com o qual se encontrava uma vez por ano. O local onde faziam diálogos espirituais era uma casinha, situada no meio da estrada entre os dois mosteiros.

O milagre que desafiou Bento

São Gregório Magno narra que, no último dos seus encontros, datado de 6 de fevereiro de 543, – pouco antes da sua morte, – Escolástica pediu ao irmão para prolongar a conversa até na manhã do dia seguinte, mas Bento se opôs para não violar a Regra. Então, Escolástica implorou ao Senhor para não deixar o irmão partir, debulhando-se em pranto. A seguir, um temporal inesperado e violento obrigou Bento a ficar com ela, levando-os a conversarem toda a noite.

A primeira reação de Bento com o temporal improviso foi, porém, de contrariedade: “Que Deus onipotente possa lhe perdoar, irmã. O que você fez?”. E Escolástica respondeu: “Eu lhe implorei para ficar e você não me ouviu; pedi a Deus e Ele me atendeu. Agora, pode ir, se quiser; deixe-me e volte ao seu mosteiro”. Foi uma espécie de revanche da irmã, que não pôde se entristecer pelo amadíssimo irmão; pois ele mesmo lhe havia ensinado a se dirigir a Deus, com todas as forças, durante as dificuldades. Assim se destacaram os dotes femininos de Escolástica: docilidade, perseverança e também audácia ao obter o que desejava fortemente.

Unidos em Deus, na vida e na morte

Três dias depois deste encontro, – segundo São Gregório, – Bento recebeu a notícia da morte da irmã com um sinal divino: viu a alma da sua irmã subir ao céu em forma de uma pomba branca. Então, quis enterrá-la na sepultura, que havia preparado para si, onde também foi enterrado, pouco tempo depois. “Como seus pensamentos sempre estiveram voltados para Deus era justo seus corpos também ficassem unidos na mesma sepultura”.

Hoje, quem visita a majestosa Abadia de Monte Cassino, – após 15 séculos de história, – pode experimentar a emoção de estar diante do túmulo dos Santos irmãos, os pioneiros de um grande número de seguidores de Deus.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 05 fev. 2024.

08 de fevereiro – Santa Josefa Bakhita, virgem

Santa Josefa Bakhita

Aquela menininha nunca pusera um vestido desde o dia em que os dois homens surgiram do nada nos campos, tapando o caminho e apontando-lhe um facalhão ao lado, para em seguida a levarem consigo, como se rouba uma galinha de um galinheiro. Naquele dia, em que a sua vida é sugada num pesadelo, aquela menina de 9 anos por medo esquece tudo, até mesmo o próprio nome e o nome da mãe e papá com quem morava serena.

Escrava

E assim pensam os mercantes árabes de escravos não em vesti-la, mas rebaptizá-la. “Bakhita”, eles a chamam, “afortunada”. Uma ironia atroz para aquela menina nascida em 1869 numa aldeia de Darfur, no Sudão do Sul, e que agora se torna mercadoria humana que passa de mão em mão nos mercados de El Obeid e Cartum. Um dia, enquanto estava ao serviço de um general turco, lhe é gravada com faca uma “tatuagem” no corpo, 114 cortes e as feridas cobertas de sal para permanecerem evidentes …

A luz

Bakhita sobrevive a tudo e um dia um raio de luz atinge o inferno. O agente consular que a compra dos traficantes de Cartum chama-se Callisto Legnami e naquele dia Bakhita-Afortunada veste pela primeira vez um vestido, entra numa casa, a porta é fechada e 10 anos de brutalidades indescritíveis ficam para trás. O oásis dura dois anos, quando o oficial italiano, que a trata com carinho, é forçado a repatriar sob a pressão da revolução mahdista. Bakhita se recordará daquele momento: “ousei pedir-lhe que me levasse a Itália com ele”. Callisto Legnami aceita e, em 1884, Bakhita desembarca na península, onde para a pequena ex-escrava um destino inimaginável espera por ela. Ela se torna a menina de Alice, a filha dos esposos Michieli, amigos de Legnami, que moram em Zianigo, uma aldeia de Mirano Veneto.

Irmã Moreta

Em 1888, o casal que a hospeda deve sair para a África e durante 9 meses Bakhita e Alice são confiadas às Irmãs Canossianas de Veneza. Depois do corpo, Bakhita começa a revestir também a alma. Ela conhece Jesus, aprende o catecismo e, em 9 de janeiro de 1890, Bakhita recebe o Batismo, a Confirmação e a Primeira Comunhão do Patriarca de Veneza, com o nome de Giuseppina, Margherita, Fortunata. Em 1893, entra no noviciado das Canossianas, três anos depois emite os votos e, durante 45 anos, será cozinheira, sacristã e, acima de tudo, uma porteira do convento de Schio, onde aprenderá a conhecer as pessoas e a gente aprenderá a apreciar o sorriso dócil, a bondade e a fé daquela “morèta”, “mourinha”, e as crianças querendo provar a “irmã de chocolate”.

Beijo as mãos aos negreiros

Para todo o convento de Schio é um dia de luto quando Giuseppina Bakhita morre aos 8 de fevereiro de 1947 por pneumonia. Foi realmente ‘afortunada’ a sua vida e o dirá ela mesma: “Se encontrasse aqueles negreiros que me sequestraram e mesmo aqueles que me torturaram, eu me colocaria de joelhos para beijar as suas mãos, porque se tudo isso não tivesse acontecido, eu não seria agora cristã e religiosa”.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 05 fev. 2024.

06 de fevereiro – Santa Doroteia, virgem e mártir

Santa Doroteia, Lucas Cranach, o Velho

Doroteia era uma jovem que, no final do século III, viveu em Cesareia, na Capadócia, uma região da Ásia Menor, onde florescia uma das primeiras comunidades cristãs. Ao abraçar a fé no Senhor, desde pequena distinguiu-se pelo longo tempo que passava em oração, pelo sacrifício do jejum e pelas obras de caridade com o próximo.

A perseguição de Saprício

Naquela época, a Cesareia estava sob o comando do pretor Saprício, perseguidor dos cristãos. Tendo sido informado da fama de Doroteia, mandou prendê-la, obrigando-a a oferecer sacrifícios aos deuses. Apesar das ameaças de ser lançada na fogueira, a jovem permaneceu firme na sua decisão de não abjurar à sua fé. Então, Saprício a confiou a outras duas jovens, Crista e Calista, que, antes dela, haviam renunciado a Jesus para salvar suas vidas. A ideia do perseguidor, porém, deu êxito contrário: Doroteia converteu as duas jovens ao cristianismo. Assim, ambas as donzelas sofreram o martírio antes dela.

O milagre da cesta de maçãs e rosas

Ao ser conduzida ao patíbulo, Doroteia manteve a promessa, que havia feito, muito tempo antes, ao juiz Teófilo que, durante a sentença de condenação à morte por decapitação, a desafiou dizendo: “Envie-me maçãs e rosas do paraíso”. Então, pouco antes de ser assassinada, o juiz viu um anjo que, em pleno inverno, lhe entregou uma cesta com três rosas e três maçãs. Imediatamente, ele também acreditou.

O poder da conversão

Como havia acontecido com Crista e Calista, a grande fé de Doroteia, sustentada por um evento prodigioso, levou ao Senhor outra alma: a de Teófilo, que, por sua profissão de fé, também foi condenado à morte. De fato, a sua memória litúrgica está associada à de Santa Doroteia, no mesmo dia 6 de fevereiro.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 05 fev. 2024.

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Por Mauro Nascimento