Catolicismo de maneira inclusiva

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18 de fevereiro – Monsenhor André Sampaio

“O mundo está conturbado, as pessoas descrentes. O orgulho e a vaidade sempre falando mais alto. Tudo isso ocorre por uma única razão: a falta de fé. Se todos os homens cultivassem a fé no Criador o mundo não seria esse caos que estamos vivendo. É difícil mudarmos o mundo, mas podemos mudar a nós mesmos, buscando seguir o caminho do bem, começando por transformarmo-nos interiormente. Creiamos que se tivermos boa vontade e fé no Criador tudo nos será possível. Somente o amor fraterno, a humildade e a caridade nos transformarão em pessoas melhores, em espíritos mais evoluídos. Estamos aqui para crescermos e não para vivermos estagnados na ignorância, na maldade, no egoísmo e no orgulho. Olhemos para o alto e creiamos que Jesus olha por cada um de nós. Ele espera que aprendamos com os nossos erros e que procuremos o caminho que nos levará à verdadeira felicidade. Não essa felicidade mundana e passageira, materialista, mas a felicidade para toda a eternidade, onde a alegria está em ser útil e auxiliar aos mais necessitados. Creiamos que tudo pode melhorar. A Terra pode ser um mundo melhor. Só depende da boa vontade de cada um de nós, procurando sermos mais unidos, caridosos e fraternos.”

Monsenhor André Sampaio

Agostinho de Hipona e a importância de unir ciência e caridade

Agostinho de Hipona, um dos mais importantes filósofos e teólogos cristãos, deixou-nos uma afirmação profunda e impactante: Junte a ciência à caridade, e a ciência será útil para você, não por si mesma, mas pela caridade (Cf. De libero arbitrio, II, 3, 8s.).

Essa frase traz à tona a necessidade de unir duas áreas que, muitas vezes, parecem caminhar em direções opostas: a ciência e a caridade. A ciência é frequentemente vista como uma disciplina objetiva, que busca entender e explicar o mundo de maneira racional e lógica, enquanto a caridade é vista como uma prática subjetiva, que busca aliviar o sofrimento humano e promover a justiça social.

No entanto, Agostinho deixa claro que essas duas áreas não são excludentes, mas sim complementares. Quando juntamos a ciência à caridade, a ciência se torna útil não por si mesma, mas pela caridade. Ou seja, a ciência passa a ter um propósito maior do que simplesmente buscar conhecimento por si só: ela se torna uma ferramenta para promover o bem-estar humano e a justiça social.

Mas como podemos juntar a ciência à caridade na prática? Uma maneira é por meio da pesquisa científica voltada para a solução de problemas sociais. Muitas vezes, a ciência pode contribuir de maneira significativa para encontrar soluções inovadoras e eficazes para problemas que afetam a vida das pessoas, como doenças, fome, pobreza, violência, entre outros.

Outra maneira é por meio do engajamento da comunidade científica em projetos sociais e atividades voluntárias. Os cientistas podem usar seu conhecimento e habilidades para ajudar organizações sem fins lucrativos, comunidades carentes e grupos vulneráveis. Essa prática também ajuda a aproximar a ciência das pessoas, tornando-a mais acessível e compreensível para aqueles que não têm formação na área.

Ao juntar a ciência à caridade, podemos contribuir para a construção de um mundo mais justo, equitativo e solidário. A ciência deixa de ser vista como um fim em si mesma e se torna uma ferramenta poderosa para transformar a realidade em que vivemos. E, mais importante, podemos colocar em prática os valores cristãos que Agostinho de Hipona defendeu ao longo de sua vida, como a solidariedade, o amor ao próximo e a busca pela justiça.

Mauro Nascimento

Referências:

AGOSTINHO, S. Diálogo sobre o Livre Arbítrio. Tradução e introdução Paula Oliveira e Silva. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001. (Série Universitária Clássicos de Filosofia).

Caritas in veritate. Acesso em: 01 jun. 2023.

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Por Mauro Nascimento