“Os tempos modernos criam valores fictícios, o culto ao consumismo, ao supérfluo, ao descartável. Trabalha-se simplesmente para consumir, para manter a expansão e reprodução do capital. O trabalho perde a centralidade de justificar a existência humana para virar apenas alienação. As religiões se multiplicam em milhares, às vezes a diferença está na vírgula da bíblia. Veem-se inúmeras pessoas que saem do culto, da missa ou de outra coisa que o valha, batendo no peito, com a consciência do dever cumprido. Mas no dia-a-dia são incapazes de um aperto de mão, de um sorriso, de uma simples palavra de conforto para seus semelhantes. Os prazeres autênticos da vida, os projetos maiores de felicidade, de mundo, de vida, são substituídos pela hipocrisia, pela covardia, pela violência, pelo consumismo. Consome-se coisas, pessoas e relações. Os amigos são lembrados apenas quando se precisa e as relações são trocadas por um click no teclado. Os valores éticos e morais foram soterrados pela ganância, pela corrupção, pelas maracutaias, pelo individualismo. Estes valores supérfluos, imorais tornaram-se letais, mortais: são a essência do conteúdo do mundo, ‘imundo’, onde vivemos.”
Monsenhor André Sampaio