Catolicismo de maneira inclusiva

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28 de novembro – Monsenhor André Sampaio

“A responsabilidade é qualidade inerente ao homem que busca fazer o bem.

Àqueles que são pais cabe exemplificar para os filhos desde cedo o que seja a responsabilidade perante a si e aos outros. Pais irresponsáveis, filhos irresponsáveis. Responsabilidade é virtude que deve ser cultivada desde a infância, guardadas as devidas proporções.

Aquele que é responsável preocupa-se com as consequências de seus atos e assim procura viver de modo que não prejudique ao próximo.

Para que alguém seja responsável é necessário que tenha maturidade de espírito. O ser-humano responsável jamais tomará uma atitude sem antes levar em consideração todas as hipóteses do que possa ocorrer a partir de uma decisão dele.

Falamos em responsabilidade e temos a impressão de que é algo simples de se ter, mas não é bem assim. A responsabilidade vem com o amadurecimento da alma, do espirito. Assim, tenhamos em mente que tudo o que fazemos, pensamos ou falamos para os outros geram consequências. Portanto, somos responsáveis pelas nossas atitudes, pelos nossos pensamentos e por aquilo que falamos. Se não agirmos com responsabilidade, poderemos criar graves problemas para os outros e para nós mesmos. Sabemos que a cada ação corresponde uma reação de igual intensidade. Todo o mal que acarretarmos à alguém será cobrado de nós um dia, pois somos responsáveis por tudo o que fazemos ainda que inconscientemente.”

Monsenhor André Sampaio

André Valadão: palavras incendiárias e a responsabilidade dos líderes religiosos

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso, agora tá com vocês. Não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós” (Pastor André Valadão, 02/07/2023).

No atual contexto social, a disseminação de mensagens carregadas de ódio e intolerância representa um desafio para a coexistência pacífica e o respeito à diversidade. As afirmações feitas pelo Pastor André Valadão recentemente têm suscitado várias indagações sobre a responsabilidade dos líderes religiosos em promover o diálogo e criar um ambiente inclusivo. Nessa reflexão, examinaremos essa controvérsia, destacando a importância de uma comunicação responsável, baseada no amor e no respeito ao próximo.

Líderes religiosos têm uma influência significativa sobre suas comunidades e, portanto, precisam ser conscientes do poder de suas palavras. Embora seja fundamental exercer a liberdade de expressão, é igualmente essencial que essa liberdade seja exercida com responsabilidade. Ao proferir declarações que promovem o ódio e a violência contra qualquer grupo, inclusive a comunidade LGBTQIA+, há uma clara violação da responsabilidade de disseminar valores de amor, tolerância e respeito que são centrais em muitas tradições religiosas.

Além do mais, as palavras de Valadão também revelam uma contradição teológica. Ao afirmar que “Deus deixou o trabalho sujo para nós”, ele parece esquecer que Deus é concebido como onipotente, onipresente e onisciente nas principais religiões monoteístas. A natureza de Deus não está sujeita a limitações humanas e não requer intervenção humana para alcançar Seus propósitos. Portanto, tais afirmações contradizem a própria essência do conceito divino.

A disseminação de mensagens que incitam o ódio pode ter consequências devastadoras. Palavras carregadas de intolerância alimentam o preconceito e a discriminação, levando a um ambiente de hostilidade. Essa hostilidade pode culminar em atos violentos, colocando em risco a vida e a dignidade das pessoas LGBTQIA+. Nesse sentido, a fala irresponsável do pastor contribui para a construção de um clima de violência, contrapondo-se ao princípio fundamental de amor e compaixão que muitas religiões defendem.

Em tempos de polarização, é imprescindível que líderes religiosos assumam um papel de agentes de reconciliação e promotores do diálogo construtivo. A diversidade de pensamentos, crenças e orientações sexuais deve ser acolhida com empatia e respeito, permitindo que as diferenças sejam debatidas e compreendidas em um ambiente seguro e inclusivo. É necessário lembrar que todas as pessoas merecem dignidade e proteção, independentemente de orientação sexual.

Portanto, a controvérsia envolvendo as declarações do Pastor André Valadão nos faz refletir sobre a importância da responsabilidade na comunicação religiosa.

Mauro Nascimento 

Combate ao extremismo na internet: uma responsabilidade compartilhada entre família e governo

Vivemos em um mundo cada vez mais conectado, em que a tecnologia e a internet desempenham um papel fundamental em nossas vidas. No entanto, é importante que tenhamos consciência de que nem tudo que está disponível na rede é seguro ou saudável para nós e nossos filhos. Um exemplo disso é o aliciamento de adolescentes por extremistas em jogos on-line e redes sociais, como alerta o relatório “O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental”.

A falta de monitoramento e conhecimento dos pais pode permitir que seus filhos caiam nessa armadilha. Muitas vezes, os jovens se sentem atraídos pela sensação de pertencimento a um grupo, que lhes é oferecida pelos extremistas, e podem acabar se envolvendo em atividades ilegais e perigosas sem perceberem as consequências. Além disso, o extremismo é uma ideologia perigosa, que pode levar a violência e a atos extremos.

Nesse sentido, é fundamental que os pais estejam atentos e monitorem a atividade de seus filhos na internet. É importante conhecer as redes sociais e jogos que seus filhos utilizam e saber com quem eles estão interagindo. Além disso, é importante conversar com seus filhos sobre o extremismo e suas consequências, para que eles estejam cientes dos riscos envolvidos.

Por outro lado, é necessário que as autoridades governamentais também atuem no combate ao extremismo, por meio de políticas públicas eficazes e campanhas de conscientização. A educação, tanto em casa quanto na escola, também desempenha um papel importante na prevenção do extremismo entre os jovens.

Em resumo, é preciso estar alerta e agir de forma preventiva para evitar que nossos filhos sejam vítimas de extremistas na internet. É um desafio que envolve tanto a família quanto a sociedade em geral, mas que é fundamental para garantir um futuro seguro e saudável para nossos jovens.

Mauro Nascimento

Imagem: Freepik.

Referência: Relatório – O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental. Acesso em: 11 abr. 2023.

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Por Mauro Nascimento