Catolicismo de maneira inclusiva

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13 de dezembro – Monsenhor André Sampaio

“Às vezes nos perguntamos: como seria a nossa vida sem Deus? Sabemos que há muitos entre nós que duvidam da existência de Deus, mas lá no fundo sabem da sua existência, porém o orgulho de que são possuídos não os deixa aceitar que existe um Criador, que tem poder sobre tudo e sobre todos. Mas para aqueles que acreditam é quase impossível imaginar a vida sem Deus. Pensemos: se com Deus a vida já não é fácil, que dirá sem Ele. Um segundo sem Deus e o mundo entraria em guerra. Grandes tragédias e catástrofes aconteceriam. O mundo se transformaria num grande caos. Vejamos que isso é o que podemos imaginar. Há muito mais coisas que nem temos a capacidade de compreender, pois ainda somos crianças espirituais que precisam crescer tanto. Portanto devemos agradecer por sermos filhos de Deus e por sabermos que Ele está ao nosso lado o tempo todo, nos guiando, nos amparando, falando conosco e nos amando incondicionalmente. Ser filho de Deus é motivo para viver com alegria, paz, confiança, esperança e muita fé, pois Ele é o Senhor da vida e do Universo!”

Monsenhor André Sampaio

17 de julho – São Leão IV, papa

São Leão IV, Basílica de São Paulo fora dos muros

Sobre a vida do Papa Leão IV, sabemos que nasceu em Roma, mas era de origem lombarda. Seu pai chamava-se Ridolfo, mas não se sabe qual o nome que deu ao filho no Batismo. Contudo, era um homem de comprovada pureza e integridade interior: era monge do mosteiro beneditino de São Martinho, mas o Papa Gregório IV quis que estivesse ao seu lado, como parte integrante do clero romano. Assim, tornou-se Papa, em 847, por aclamação popular.

Desastres naturais e calamidades humanas

Quando iniciou seu Pontificado, a situação em Roma era bastante dramática: no ano anterior, ocorreu a invasão dolorosa dos Sarracenos. Por isso, a sua eleição foi rápida, sem esperar a aprovação imperial. O imperador não se importou porque, provavelmente, se sentia culpado por não apoiar a cidade contra os árabes. Porém, o que mais preocupou Leão IV foi uma série de desastres naturais: primeiro, um terremoto assolou Roma, fazendo desabar uma parte do Coliseu; a seguir, um incêndio destruiu a área do Burgo, poupando a vizinha Basílica de São Pietro, graças à intervenção espiritual do Papa. Este acontecimento foi imortalizado pelo artista Rafael, em um afresco conhecido como “O incêndio do Burgo”, conservado no Museu do Vaticano.

Liga contra os Sarracenos

A ameaça dos Sarracenos voltou à gala. No entanto, Leão IV não foi preso de surpresa: desatendendo a estreita relação com o imperador, fez acordos com os soberanos dos Ducados vizinhos, como Amalfi, Gaeta, Nápoles e Sorrento. Assim, promoveu uma liga naval, depois denominada “Liga Campana”, liderada pelo napolitano, Cesário Consule, encarregada de defender os dois territórios: a Campânia e o Lácio. A ameaça ocorreu no verão de 849, quando na batalha, que passou para a história como “Batalha de Óstia”, os Sarracenos foram derrotados. Esta vez, o acontecimento também foi imortalizado em um afresco de Rafael, com o mesmo nome da batalha, mantido nas Salas do Museu Vaticano.

O “restaurador de Roma”

Entretanto, os empreendimentos, que levaram Leão IV a receber o título de “restaurador de Roma”, foram outros. Avantajado pela sua capacidade espiritual, mas também pelos sentimentos de culpa do imperador, o Papa conseguiu obter de Lotário uma enorme soma de dinheiro para fazer várias reformas. A primeira e mais importante de todas foi a construção de uma muralha, mais extensa que a construída na época por Aureliano, que abrangia toda a colina do Vaticano. Seguiram-se as reformas das Basílicas de São Pedro e São Paulo, a fortificação do Porto marítimo e a reconstrução das antigas “Centumcellae”, na atual cidade de Civitavecchia, além de Tarquínia, Orte e Amélia. Mas o “restaurador” não parou: dedicou-se também à ajuda pessoal da população mais vulnerável, com a distribuição de gêneros alimentícios.

Concílios e Sínodos

Leão IV era, sobretudo, um pastor e, como tal, dedicou seu Pontificado à corroboração da disciplina do clero. Por isso, convocou dois Concílios especiais: o de Pavia, em 850, e o de Roma, em 853. Neste último, trabalhou com afinco para reafirmar a pureza da fé e os costumes do povo. No entanto, com o mesmo objetivo, multiplicaram-se os Sínodos em toda a Europa: em Mainz, Limoges, Lyon, Paris e Inglaterra. Durante os Concílios, foi resolvida a questão disciplinar sobre a excomunhão de Anastácio, Cardeal de São Marcelo, com ideia de antipapa, que, sem levar em conta os apelos do Pontífice, havia deixado a sua diocese para morar em outro lugar.

Relação com os soberanos cristãos

As relações entre Leão IV e o império não foram ruins, tanto que, no dia da Páscoa de 850, Lotário pediu-lhe para coroar seu filho Ludovico como imperador. Após cinco anos, porém, acontece alguma coisa que correu o risco de comprometer, seriamente, a estabilidade das relações bilaterais: Daniel, o magister militum do Império em Roma, acusou Graciano, comandante da milícia, muito próxima do Papa, de tramar um meio para aproximar o Papado e ao Império do Oriente. Então, Ludovico foi, pessoalmente, a Roma, para um confronto direto, do qual resultaram infundadas as acusações contra Leão IV. Desde então, foram muitos os soberanos dos reinos cristãos europeus a pedir para serem coroados pelo Pontífice, com o objetivo de obter, assim, o reconhecimento da sua soberania “por graça divina”.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 16 jul. 2023.

O perigo do carreirismo: um alerta do Papa Francisco

Na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, no dia 15 de maio de 2018, o Papa Francisco trouxe à tona uma reflexão importante sobre a missão do bispo, inspirando-se na despedida de Paulo dos anciãos em Éfeso. A mensagem central do Papa é que a missão do bispo é cuidar do rebanho, e não fazer carreira.

A partir dessa perspectiva, é fundamental analisar o papel do bispo na Igreja e na sociedade. O bispo, como líder espiritual, deve ser um exemplo de humildade, dedicação e serviço aos fiéis. Sua missão é guiar e proteger o rebanho, garantindo que todos sejam nutridos espiritualmente e que a comunidade permaneça unida em torno dos ensinamentos de Cristo.

Nesse sentido, o Papa Francisco enfatiza a importância de evitar a busca por poder e prestígio, que pode desviar o bispo de sua verdadeira missão. A carreira eclesiástica não deve ser vista como uma oportunidade para ascensão pessoal, mas sim como um chamado para servir a Deus e ao próximo com amor e dedicação.

Essa reflexão nos convida a repensar nossas próprias atitudes e ações, não apenas no contexto da Igreja, mas também em nossas vidas cotidianas. A mensagem do Papa Francisco é um lembrete de que devemos nos concentrar no que realmente importa: cuidar uns dos outros, ser solidários e buscar a justiça e a paz.

Ao colocar o bem-estar do rebanho acima de interesses pessoais, o bispo demonstra seu compromisso com a missão de Cristo e com os valores do Evangelho. Essa postura inspira os fiéis a seguir o exemplo de seu líder e a se esforçar para viver de acordo com os ensinamentos de Jesus.

Em suma, a homilia do Papa Francisco na Casa Santa Marta nos convida a refletir sobre a verdadeira missão do bispo e a importância de colocar o serviço ao próximo acima de qualquer ambição pessoal. Essa mensagem é relevante não apenas para os líderes da Igreja, mas também para todos nós, como membros da sociedade e da comunidade cristã. Que possamos nos inspirar nessas palavras e buscar viver de acordo com os valores do Evangelho, priorizando o cuidado com o próximo e a construção de um mundo mais justo e fraterno.

Mauro Nascimento

Referência:

Homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, no dia 15 de maio de 2018. Acesso em: 19 mai. 2023.

Ministro Luís Roberto Barroso encontra o Papa Francisco

Nesta quinta-feira (04), o Ministro Luiz Roberto Barroso teve a honra de se encontrar com o Papa Francisco em Roma. O encontro aconteceu durante a visita do ministro à cidade, onde ele participou de uma palestra sobre “Tributação e Novas Tecnologias” organizada pela Universidade Sapienza e pela ESA.

Barroso, que é ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, descreveu o encontro como “venturoso” (feliz) e se mostrou muito grato pela oportunidade de conversar com o líder da Igreja Católica e grande humanista. O ministro também afirmou que o encontro foi breve, mas que foi o suficiente para que ele pudesse sentir a energia e a inspiração do Papa.

O ministro brasileiro é conhecido por suas posições progressistas e defensoras dos direitos humanos, e tem se destacado no cenário político brasileiro como um dos principais líderes na luta pela democracia e pela justiça social. O encontro com o Papa Francisco certamente reforçou a sua visão humanista e o seu compromisso com a construção de um mundo mais justo e igualitário para todos.

Mauro Nascimento

 

Teologia do povo

A Teologia do Povo é uma corrente teológica que surgiu na Argentina na década de 1960, como uma resposta às injustiças sociais e políticas que afetavam a população do país e da América Latina como um todo. Essa corrente é uma variação da Teologia da Libertação, que teve origem no continente latino-americano, mas apresenta particularidades em relação a ela.

A Teologia do Povo tem como base a valorização da cultura, da piedade e da religiosidade popular da Argentina e de toda a América Latina. Ela apresenta o povo como sujeito histórico-cultural e a religiosidade popular como uma forma inculturada de fé cristã católica na população latino-americana. A análise histórico-cultural é mais valorizada do que a análise sócio-estrutural, o que significa que a corrente procura compreender a realidade a partir da história e da cultura do povo, em vez de focar apenas nas questões econômicas e políticas.

A Teologia do Povo tem uma opção preferencial pelos pobres, o que significa que a corrente se coloca ao lado daqueles que são oprimidos e excluídos socialmente. Ela tem como objetivo criar um projeto histórico de justiça e paz, que possa libertar os oprimidos de uma situação de injustiça estrutural e de violência institucionalizada.

Lucio Gera, líder da Comissão Episcopal de Pastoral (Coepal), foi o principal teólogo da Teologia do Povo. Ele foi um dos membros da equipe que elaborou o “Documento de San Miguel”, em 1969, que defendia a pastoral popular pensada não apenas para o povo, mas a partir do povo. Outros importantes colaboradores da corrente foram Justino O’Farrell, Gerardo Farrel, Rafael Tello, Alberto Sily, Fernando Boasso, Enrique Angelelli e Manuel Marengo.

A denominação “Teologia do Povo” foi utilizada pela primeira vez pelo jesuíta e teólogo da libertação Juan Luis Segundo, que foi um crítico dessa corrente. Segundo ele, a Teologia do Povo apresenta uma visão demasiadamente culturalista e pouco comprometida com as questões políticas e sociais que afetam a população latino-americana.

Apesar das críticas, a Teologia do Povo continua a ser uma corrente relevante na teologia latino-americana, que busca compreender a realidade a partir da perspectiva do povo e que se coloca ao lado dos mais pobres e excluídos. A corrente tem como objetivo contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e solidária, em que todos possam viver com dignidade e respeito.

Mauro Nascimento

Referências:

BERGOGLIO, J. M. S. (Papa Francisco). Teologia do Povo. São Paulo: Loyola, 2013.

O Papa Francisco e a Teologia do Povo – Entrevista especial com Juan Carlos Scannone. Acesso em: 25.abr. 2023.

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Por Mauro Nascimento