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03 de março – Santa Cunegunda, esposa de São Henrique II, imperador

Santa Cunegunda (© BAV, Pal. lat. 665, f. 1r)

Natural de Luxemburgo, Cunegundes, também conhecida como Cunegundes, cresceu em uma família que lhe transmitiu a sua fé e lhe ensinou as virtudes cristãs. A jovem viveu tais virtudes com particular fervor, que, mais tarde, as levou “como dote” ao duque da Baviera, futuro imperador do Sacro Império Romano, Henrique II, com quem se casou com a idade de 20 anos.

Um casamento santo

Muitas lendas falam sobre a união de Cunegundes com Henrique, como a de uma calúnia, que insinuava uma traição da jovem esposa contra o marido. Então, a mulher invocou ao Senhor, com tanta intensidade, que lhe permitiu fazer um teste excepcional, para convencer o noivo sobre a sua inocência: caminhar sobre o carvão ardente.

Outra versão, ao invés, diz que os dois cônjuges tinham feito votos recíprocos de castidade, tanto que o seu casamento foi chamado “núpcias de São José”.

Por outro lado, a realidade histórica parece ter sido a que Cunegundes fosse estéril. Apesar de a lei germânica prever isso como causa de repúdio, o marido decidiu não adotá-la. Por isso, Cunegundes e Henrique são recordados, ainda hoje, como o santo casal que iluminou o Sacro Império Romano.

Propagação do cristianismo

Em 1002, com a morte de Otão III, o duque da Baviera tornou-se imperador do Sacro Império Romano, com o nome de Henrique II. Somente em 1014, porém, conseguiu ir a Roma com sua esposa para receber a coroa das mãos do Papa Bento VIII.

De volta à sua pátria, os dois cônjuges se dedicaram, com afinco, para a propagação do Cristianismo na região alemã de Hesse: em 1007 mandaram construir a Catedral de Bamberg (onde estão sepultados, um ao lado do outro) e, em 1021, também o mosteiro de Kaufungen, em ação de graças pela cura de uma grave doença.

Da coroa ao saio

Em 1024, falece Henrique II. Um ano depois, por ocasião do seu aniversário de morte, Cunegundes doou uma relíquia da Santa Cruz ao mosteiro de Kaufungen; ao mesmo tempo, trocou suas roupas reais pelo saio beneditino e entrou para este mosteiro. Desde então, a mulher viveu com humildade, transcorria o dia em oração e lendo as Escrituras, fazia os trabalhos mais humildes, praticava a penitência, por meio da abstinência de alimentos, e confortava as coirmãs enfermas.

Santa Cunegundes faleceu no mosteiro, em data imprecisa, provavelmente em 1033, embora outras fontes assinalam 1039.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 26 fev. 2024.

13 de julho – São Henrique II, imperador

São Henrique II, Coroação, 1002-1014

Não se pode compreender plenamente a sua vida, partindo apenas da sua forte formação cristã, recebida desde criança.

Filho do duque da Baviera, Henrique nasceu em Bamberg, em 973, e cresceu em um ambiente profundamente cristão. Foi educado pelos cânones de Hildesheim e, depois, pelo bispo Saint Wolfgang, em Regensburg.

Sucedeu seu pai e, em seguida, também seu primo Otto III, tornando-se, em 1002, rei da Alemanha e, dois anos depois, também da Itália. No entanto, seu irmão Bruno renunciou à vida de corte para se tornar bispo de Augsburg; uma das suas irmãs tornou-se monja, enquanto a outra se casou com aquele que se tornaria Santo Estevão da Hungria. Em 1014, o Papa Bento VIII consagrou Henrique imperador do Sacro Império Romano.

Ligação do imperador com Cluny

A importante contribuição de Henrique para a reforma moral partiu da abadia de Cluny. A sua reforma não envolveu apenas a vida monacal, mas toda a Igreja, ajudando-a a combater a simonia, isto é, a venda ilícita de cargos religiosos, por remuneração, e a restaurar a centralidade do celibato dos sacerdotes.

Entre seus conselheiros de Henrique II encontrava-se Santo Odilon, abade de Cluny, do qual o monarca apoiou a reforma.

Em 1022, junto com o Pontífice, Henrique presidiu ao Concílio de Pavia, que emitiu sete cânones: contra o concubinato de sacerdotes e pela defesa da integridade do patrimônio eclesiástico. Ele restaurou ainda sedes episcopais, fundou a diocese de Bamberg e mandou construir a catedral, onde foi sepultado com sua esposa Cunegundes.

Seu interesse pelos aspectos litúrgico-eclesiais destaca-se sua solicitude para introduzir a oração do Creio na Missa dominical.

Escolhas políticas

Henrique foi também um governante de escolhas decisivas. Antes de tudo, reforçou o reino interno, lutando contra vários senhores rebeldes. Depois, aliou-se com as tribos eslavas pagãs, para combater o duque Boleslau, que queria subir ao trono da Polônia. Mas, no final, teve que reconhecer a independência da Polônia. Este acontecimento foi muito criticado, por ter-se aliado com populações não cristãs.

Henrique II foi até à Itália para derrotar Arduíno de Ivrea, que os senhores italianos o haviam eleito como rei, e lutar contra os bizantinos na Apúlia.

Amor por Santa Cunegundes

Um dos aspectos que mais se destacaram na vida de Henrique II foi sua profunda união com a esposa, Santa Cunegundes. O casal não conseguiu ter filhos. Alguns pensaram que os cônjuges haviam feito o voto de castidade; outros achavam que o problema era a esterilidade, como escreveu o contemporâneo, Rodolfo o Glabro, um dos maiores cronistas da Idade Média.

Ao contrário do que acontecia, muitas vezes, em plena Idade Média, com casos semelhantes, Henrique recusou-se repudiar Cunegundes, fazendo uma escolha que contribuiu para a sua fama de santidade, que, provavelmente, também partia das raízes do comportamento dos seus predecessores: os Otomanos sempre observavam uma íntima monogamia, não tinham filhos ilegítimos, e nem repudiavam. Trata-se de uma escolha que, sem dúvida, confirma seu profundo respeito pelo Sacramento do matrimônio e o amor pela própria esposa.

Santo Henrique II foi canonizado, em 1146, pelo Papa Eugênio III.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 13 jul. 2023.

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Por Mauro Nascimento