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21 de julho – Monsenhor André Sampaio

A CARIDADE CONHECE NOSSAS LIMITAÇÕES E SABE ESPERAR…

“A caridade é doce, mansa e pacífica.

A caridade é humilde. Não é orgulhosa nem egoísta.

A caridade é paciente e tolerante.

A caridade não critica, não fere, não humilha.

A caridade procura ajudar sempre, a quem quer que seja, incondicionalmente.

A caridade não cobra, não julga.

A caridade leva a fé e a esperança por onde passar.

A caridade conhece nossas limitações e sabe esperar, pois confia que todos chegaremos, um dia, ao caminho da verdade e da vida.

A caridade é o amor em toda a sua plenitude.

Deixemos Deus nos guiar para que consigamos atingir o ponto alto da caridade, que é o Amor. Aquele que se deixa amar por Deus, transborda essa experiência de caridade ao próximo.”

Monsenhor André Sampaio

Agostinho de Hipona e a importância de unir ciência e caridade

Agostinho de Hipona, um dos mais importantes filósofos e teólogos cristãos, deixou-nos uma afirmação profunda e impactante: Junte a ciência à caridade, e a ciência será útil para você, não por si mesma, mas pela caridade (Cf. De libero arbitrio, II, 3, 8s.).

Essa frase traz à tona a necessidade de unir duas áreas que, muitas vezes, parecem caminhar em direções opostas: a ciência e a caridade. A ciência é frequentemente vista como uma disciplina objetiva, que busca entender e explicar o mundo de maneira racional e lógica, enquanto a caridade é vista como uma prática subjetiva, que busca aliviar o sofrimento humano e promover a justiça social.

No entanto, Agostinho deixa claro que essas duas áreas não são excludentes, mas sim complementares. Quando juntamos a ciência à caridade, a ciência se torna útil não por si mesma, mas pela caridade. Ou seja, a ciência passa a ter um propósito maior do que simplesmente buscar conhecimento por si só: ela se torna uma ferramenta para promover o bem-estar humano e a justiça social.

Mas como podemos juntar a ciência à caridade na prática? Uma maneira é por meio da pesquisa científica voltada para a solução de problemas sociais. Muitas vezes, a ciência pode contribuir de maneira significativa para encontrar soluções inovadoras e eficazes para problemas que afetam a vida das pessoas, como doenças, fome, pobreza, violência, entre outros.

Outra maneira é por meio do engajamento da comunidade científica em projetos sociais e atividades voluntárias. Os cientistas podem usar seu conhecimento e habilidades para ajudar organizações sem fins lucrativos, comunidades carentes e grupos vulneráveis. Essa prática também ajuda a aproximar a ciência das pessoas, tornando-a mais acessível e compreensível para aqueles que não têm formação na área.

Ao juntar a ciência à caridade, podemos contribuir para a construção de um mundo mais justo, equitativo e solidário. A ciência deixa de ser vista como um fim em si mesma e se torna uma ferramenta poderosa para transformar a realidade em que vivemos. E, mais importante, podemos colocar em prática os valores cristãos que Agostinho de Hipona defendeu ao longo de sua vida, como a solidariedade, o amor ao próximo e a busca pela justiça.

Mauro Nascimento

Referências:

AGOSTINHO, S. Diálogo sobre o Livre Arbítrio. Tradução e introdução Paula Oliveira e Silva. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001. (Série Universitária Clássicos de Filosofia).

Caritas in veritate. Acesso em: 01 jun. 2023.

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Por Mauro Nascimento