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O perigo do carreirismo: um alerta do Papa Francisco

Na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, no dia 15 de maio de 2018, o Papa Francisco trouxe à tona uma reflexão importante sobre a missão do bispo, inspirando-se na despedida de Paulo dos anciãos em Éfeso. A mensagem central do Papa é que a missão do bispo é cuidar do rebanho, e não fazer carreira.

A partir dessa perspectiva, é fundamental analisar o papel do bispo na Igreja e na sociedade. O bispo, como líder espiritual, deve ser um exemplo de humildade, dedicação e serviço aos fiéis. Sua missão é guiar e proteger o rebanho, garantindo que todos sejam nutridos espiritualmente e que a comunidade permaneça unida em torno dos ensinamentos de Cristo.

Nesse sentido, o Papa Francisco enfatiza a importância de evitar a busca por poder e prestígio, que pode desviar o bispo de sua verdadeira missão. A carreira eclesiástica não deve ser vista como uma oportunidade para ascensão pessoal, mas sim como um chamado para servir a Deus e ao próximo com amor e dedicação.

Essa reflexão nos convida a repensar nossas próprias atitudes e ações, não apenas no contexto da Igreja, mas também em nossas vidas cotidianas. A mensagem do Papa Francisco é um lembrete de que devemos nos concentrar no que realmente importa: cuidar uns dos outros, ser solidários e buscar a justiça e a paz.

Ao colocar o bem-estar do rebanho acima de interesses pessoais, o bispo demonstra seu compromisso com a missão de Cristo e com os valores do Evangelho. Essa postura inspira os fiéis a seguir o exemplo de seu líder e a se esforçar para viver de acordo com os ensinamentos de Jesus.

Em suma, a homilia do Papa Francisco na Casa Santa Marta nos convida a refletir sobre a verdadeira missão do bispo e a importância de colocar o serviço ao próximo acima de qualquer ambição pessoal. Essa mensagem é relevante não apenas para os líderes da Igreja, mas também para todos nós, como membros da sociedade e da comunidade cristã. Que possamos nos inspirar nessas palavras e buscar viver de acordo com os valores do Evangelho, priorizando o cuidado com o próximo e a construção de um mundo mais justo e fraterno.

Mauro Nascimento

Referência:

Homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, no dia 15 de maio de 2018. Acesso em: 19 mai. 2023.

Da memória à banalização: um alerta para a história e o presente

“Antigos campos de concentração não podem virar uma Disney, assim como ataques a escolas não podem ser banalizados. Perdemos a capacidade de refletir e respeitar?” (Nina Lemos).

A citação de Nina Lemos nos convida a refletir sobre a forma como lidamos com eventos históricos e contemporâneos que trazem consigo traumas profundos. Ela menciona dois exemplos que, aparentemente, não teriam relação entre si: os campos de concentração nazistas e os ataques a escolas. No entanto, ambos ilustram a nossa dificuldade em lidar com o passado e o presente de forma respeitosa e reflexiva.

Quando se fala em campos de concentração nazistas, é fácil lembrar das imagens que nos são apresentadas nos filmes e documentários: cercas eletrificadas, barracões lotados, prisioneiros famintos e torturados. É um cenário de horror que nos deixa chocados e indignados. No entanto, é possível que nem sempre tenhamos a mesma reação quando nos deparamos com notícias de que um antigo campo de concentração será transformado em atração turística, por exemplo. É como se aquelas paredes e aquele chão, que testemunharam tanta dor e sofrimento, perdessem o seu significado original e se tornassem apenas um cenário pitoresco para fotos e selfies.

O mesmo pode ser dito em relação aos ataques a escolas. Infelizmente, temos visto com frequência notícias de tiroteios em escolas e outros espaços educacionais. É uma realidade que nos assusta e entristece profundamente, mas que, ao mesmo tempo, parece estar se tornando banalizada. As discussões em torno desses acontecimentos são, muitas vezes, polarizadas e simplistas: uns culpam o acesso fácil às armas, outros defendem a necessidade de mais segurança nas escolas. Poucos se detêm para refletir sobre as raízes desse fenômeno, sobre a cultura da violência que permeia a sociedade, sobre a vulnerabilidade dos jovens diante da pressão por um desempenho perfeito e de uma imagem idealizada nas redes sociais.

O que ambos os exemplos nos mostram é que perdemos a capacidade de refletir de forma profunda e complexa sobre o que está por trás de eventos traumáticos. Tendemos a simplificar as questões e a desrespeitar a memória daqueles que sofreram. Transformar um campo de concentração em uma Disney é apagar a história e a dor daqueles que foram perseguidos e mortos. Banalizar os ataques a escolas é minimizar a dor das famílias que perderam seus filhos, seus irmãos, seus amigos.

É preciso recuperar essa capacidade de reflexão e respeito. É preciso olhar para o passado e para o presente com empatia e compaixão. É preciso valorizar a história e a memória dos que vieram antes de nós, para que possamos construir um futuro mais justo e humano.

Mauro Nascimento

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Por Mauro Nascimento