Katholikos

Catolicismo de maneira inclusiva

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02 de abril – Monsenhor André Sampaio

“Deixe que o sol da esperança anuncie o surgimento de novas alvoradas. Eis a hora de renovar seus pensamentos. Apegar-se às ideias nocivas só intoxicam seu íntimo. É preciso alimentar a alma de fé e coragem. Se uma porta se fecha, outra se abre. Confiança! Quando se perde a fé não há mais nada a perder. E existem muitas paisagens ao seu redor. Alegres e tristes. Mas você não precisa diante das dificuldades optar pela lente do pessimismo que só tornará as coisas mais difíceis. Vigiai e orai. A sua conduta que determina seu êxito diante dos desafios. O que tem feito em sua existência? Hora de refletir e recomeçar. Ainda dá tempo! É preciso acreditar e perseverar! E sempre que precisar pensar em Jesus. Ele conforta e também fortalece. Tudo posso naquele que me fortalece. Portanto tende fé porque ela move montanhas. E tem perseverança. Aquele que perseverar até o fim será salvo. Deus sabe de suas necessidades e trabalha infinitamente pelo seu progresso. Desamparado jamais! Renova suas forças na prece. Pense em Deus. Sinta sua paz! E nada tema… A luz de Deus lhe guiará sempre!”

Monsenhor André Sampaio

01 de abril – São Hugo de Grenoble

Existem uns dezesseis santos com o nome de Hugo. Os dois mais importantes tiveram muitas coisas em comum. Além do nome são quase do mesmo tempo e lugar. Um é  Hugo, abade de Cluny (1024-1109), e o outro, bispo de Grenoble (1053-1132)

Hugo nasceu numa família de condes, em 1053, em Castelnovo de Isère, sudoeste da França. Seu pai, Odilon de Castelnovo, foi um soldado da corte que, depois de viúvo, se casou de novo. Hugo era filho da segunda esposa. Sua mãe preferia a vida retirada à da corte, e se ocupava pessoalmente da educação dos filhos, conduzindo-os pelos caminhos da caridade, oração e penitência, conforme os preceitos cristãos.

Aos vinte e sete anos, Hugo ordenou-se e foi para a diocese de Valence, onde foi nomeado cônego. Depois, passou para a arquidiocese de Lyon, como secretário do arcebispo. Nessa época, recebeu a primeira de uma série de missões apostólicas que o conduziriam para a santidade. Foi designado, por seu superior, para trabalhar na delegação do papa Gregório VII. Este, por sua vez, reconhecendo sua competência, inteligência, prudência e piedade, nomeou-o para uma missão mais importante ainda: renovar a diocese de Grenoble.

Grenoble era uma diocese muito antiga, situada próxima aos Alpes, entre a Itália e a França, que possuía uma vasta e importante biblioteca, rica em códigos e manuscritos antigos. A região era muito extensa e tinha um grande número de habitantes, mas suas qualidades terminavam aí. Havia tempos a diocese estava vaga, a disciplina eclesiástica não mais existia e até os bens da Igreja estavam depredados.

Hugo foi nomeado bispo e começou o trabalho, mas eram tantas as resistências que renunciou ao cargo e retirou-se para um mosteiro. Mas sua vida de monge durou apenas dois anos. O papa insistiu porque estava convencido de que ele era o mais capacitado para executar essa dura missão e fez com que o próprio Hugo percebesse isso também, reassumindo o cargo.

Cinco décadas depois de muito trabalho árduo mas frutífero, a diocese estava renovada e até abrigava o primeiro mosteiro da ordem dos monges cartuchos. O bispo Hugo não só deixou a comunidade organizada e eficiente, como ainda arranjou tempo e condições para acolher e ajudar seu antigo professor, o famoso monge Bruno de Colônia, que foi elevado aos altares também, na fundação dessa ordem. Planejada sobre os dois pilares da vida monástica de então, oração e trabalho, esses monges buscavam a solidão, a austeridade, a disciplina pelas orações contemplativas, pelos estudos, mas também a prática da caridade pelo trabalho social junto à comunidade mais carente, tudo muito distante da vida fútil, mundana e egoísta que prevalecia naquele século.  Foram cinquenta e dois anos de um apostolado profundo, que uniu o povo na fé em Cristo.

Já velho e doente, o bispo Hugo pediu para ser afastado do cargo, mas recebeu do papa Honório II uma resposta digna de sua amorosa dedicação: ele preferia o bispo à frente da diocese, mesmo velho e doente, do que um jovem saudável, para o bem do seu rebanho.

Hugo morreu com oitenta anos de idade, no primeiro dia 1132, cercado pelos seus discípulos monges cartuchos que o veneravam pelo exemplo de santidade em vida. Tanto assim que, após seu trânsito, muitos milagres e graças foram atribuídos à sua intercessão. O culto a são Hugo foi autorizado dois anos após sua morte, pelo Papa Inocente II, sendo difundido por toda a França e o mundo católico.

Fonte: Franciscanos. Acesso em: 02 abr. 2024.

01 de abril – Monsenhor André Sampaio

CATÓLICO APOSTÓLICO ROMANO OU “CAÓTICO APOSTÁTICO ROMÂNTICO”? 

Católico ou “caótico”?

“Comecemos pelo ‘católico-caótico’. A palavra ‘católico’ é um adjetivo da língua grega que, no masculino, feminino e gênero neutro corresponde respectivamente a: katolikós, katoliká, katolikón. O significado de católico é: universal. Quer indicar que o cristianismo deve ser universal, abranger todos os povos de toda a terra e de todos os tempos. O Evangelho é universal, é para todos. No caso, o substantivo é: cristão; católico é adjetivo, que poderia ser substituído por ‘universal’; mas, ficaria um tanto pernóstico dizer: ‘sou cristão universal’… E por isso, ficamos com o adjetivo ‘católico’ mesmo, querendo dizer ‘universal’. Entendido?

Pois bem. Mas, em nossa querida Pátria e alhures, o cristão em vez de ser ‘católico’, isto é, aceitar todo o Evangelho, a Igreja-Hoje, o tal cristão-‘caótico’ faz uma misturança de tudo e faz uma religião das suas conveniências, catando aqui e ali meias verdades e… bota tudo no ‘liquidificador’ do seu egoísmo e da sua ignorância, aperta o botão das suas conveniências, e… dá aquela mistura caótica de católico-umbandista-cientificista-espiritualista-esotérico-maçonista e… diabo-a-quatro. E depois se mete a discutir religião sem entender bulhufas.

A Fé desse cristão caótico fica na periferia. E, no fundo mesmo, ele não quer é se comprometer com as dimensões da Fé: a dimensão pessoal da consciência limpa, a dimensão social da Justiça, a dimensão Política do compromisso com a ética do bem-comum; e, por aí afora. O cristão caótico cria um caos entre Fé e Vida, entre Fé e as realidades temporais onde ele deve atuar. O ‘caótico’ cria uma religião liberalóide, à imagem e semelhança de suas ideias e gostos. Assim é fácil, não?…

Apostólico ou “apostático”?

Outro tipo de católico original, mas muito comum, é o que afirma, nos recenseamentos, ser católico-apostólico, mas, em vez de ‘apostólico’, ele é ‘apostático’. Sem querer fazer muita apologética nem muita discussão sobre o assunto, é fácil verificar qual é a verdadeira religião cristã (universal = católica), a que vem desde os tempos dos apóstolos, do tempo de Cristo, portanto. É só ver nos Evangelhos como Jesus quis sua Igreja como sinal do Reino. E logo constataremos que Jesus quis, nessa Igreja, u ma autoridade que fosse a pedra fundamental, garantia da unidade. E sabemos que ele colocou Pedro como a primeira autoridade, que depois vai tomando o nome de papa (pai). Está clara, nos Evangelhos, a indicação do Apóstolo Pedro como o primeiro chefe. E como essa Igreja deveria perdurar e continuar através dos séculos, vemos, na história da Igreja, que vieram Uno, Cleto, Clemente… até o nosso atual Papa Francisco. Então esta será, claro, a Igreja Apostólica, a Igreja que o Cristo quis… apesar de todas as misérias acontecidas com a necessidade de contínuas reformas na parte humana da Igreja.

Pois bem. O nosso católico ‘apostático’, em vez de ficar com essa Igreja, ele vai ‘apostando’, como o ‘caótico’, num sincretismo religioso, numa mistura de religiões ou fantasias religiosas, superstições e ‘etceterões’ que não podem caber num ‘mesmo saco’, numa mesma vida…

Assim, de manhã, o ‘apostático’ aposta na missa. Ao meio dia, aposta no horóscopo (alguns jornalistas-horoscopistas disseram-me como fazem quando ‘falta assunto’: pegam horóscopos de uns anos atrás e recopiam com algumas mudanças e publicam o ‘horóscopo do dia’…). E à noite, em que ‘aposta’ o nosso ‘apostático’? No terreiro, saracoteando na macumba e quejando…

E assim vai ele, pela vida, ‘apostando’, até que acaba é apostatando mesmo, sem eira nem beira, sem convicção cristã nenhuma, sem compromisso com a Fé. Uma religião na base da emoção, da fantasia, sem firmeza histórica, sem firmeza evangélica, sem firmeza da Fé. Apostando no que lhe convém no momento… Nem cristão, nem católico, nem apostólico, mas: ‘apostático’…

romano ou “romântico”?

Vimos os dois tipos de cristãos batizados e crismados com os quais o Espírito Santo da Crisma não terá chance nenhuma de contar para o testemunho da Fé. São os católicos ‘caóticos’ e os ‘apostáticos’.

Mas há um 3º espécimen, muito caracterizado e muito comum entre eles e entre elas… É o chamado cristão-católico ‘romântico’: ‘ái Jésúis!’ E como os há, por aí afora… Dizemos ‘romântico’ em oposição a romano; isto é, sem a adesão incondicional à Igreja de Jesus Cristo, desde os inícios sediada em Roma. ‘Romano’ só porque, desde Pedro, os 263 Papas sediaram-se em Roma.

‘Romântico’ é o católico superficial, que tem as emoções como termômetro da Fé; o que se apega às periferias da religião, sem convic­ções profundas, e que age ao sabor do ‘gosto não-gosto’. Neles e nelas não é a firmeza da Fé, a constância da Esperança nem a fidelidade do Amor que orientam a vida, mas sim, os ‘gostinhos’ e preferências da ocasião, da  ‘moda’.

‘Romântico’ é o católico que não perde a procissão do Senhor Morto e faz questão fechada de depositar seu ósculo no esquife do Senhor Morto… Mas foge, na vida do dia-a-dia, de ‘beijar’ o Senhor vivo do Evangelho, o Cristo da justiça, do amor ao irmão, do perdão. É fácil beijar um ‘Senhor Morto’ de madeira, de pedra, de gesso: quero ver é você beijar o Cristo do Evangelho, quando exige tomadas de posição na caminhada da Igreja, na justiça etc., etc.

Católica ‘romântica’ é aquela que me dizia: ‘Ah! padre, o dia da 1.a comunhão de minha filha, quero que fique ‘indelééévvelll’… na minha vida…’. Mas, ela mesma nem ‘limpou a cocheira’ dos pecados para poder comungar com a filhinha… ‘Romântico’ é o cristão que lê o Evangelho, concordando com umas coisas que Jesus disse e não con­cordando com outras que o mesmo Jesus disse… ‘Eu acho… eu não acho…’ como se cristianismo fosse ‘achismo’… E, por aí afora, meus amigos, quantos cristãos e cristãs romântico(a)’s, não? E onde fica o Batismo dessa gente, onde fica a Crisma com o Espírito Santo exigindo uma vida coerente com o Evangelho, com a Igreja e não com os caprichos de cada um?”

Monsenhor André Sampaio

31 de março – São Guido de Pomposa

Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália. Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.

No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.

Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.

Imediatamente, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão. Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exercê-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

Fonte: Franciscanos. Acesso em: 02 abr. 2024.

31 de março – Monsenhor André Sampaio

“É comum que se confunda Conhecimento com Sabedoria, mas essas são coisas bem diferentes.

Se prestarmos atenção, podemos verificar que a diferença é clara e visível. O conhecimento é o somatório das informações que adquirimos, é a base daquilo que chamamos de cultura. Podemos adquirir conhecimento sem sequer vivermos uma experiência fora dos livros e das aulas teóricas. Podemos nos tornar cultos sem sairmos da reclusão de uma biblioteca.

Já a Sabedoria, por outro lado, é o reflexo da vivência, na prática, quer pela experimentação, quer pela observação, da utilização dos conhecimentos previamente adquiridos. Para ser sábio é preciso viver, experimentar, ousar, ponderar, amar, respeitar, ver e ouvir a própria vida. É preciso buscar, sim, o conhecimento, a informação. Deve-se atentar para não se tornar alguém fechado em si mesmo e no próprio processo de aprendizado. Fazer isso é o mesmo que iniciar uma viagem e se encantar tanto com a estrada a ponto de se esquecer para onde se está indo. E isso não parece ser uma atitude muito sábia.

Então, sejamos Sábios: vivamos, amemos e compartilhemos o que há em nossos corações!”

Monsenhor André Sampaio

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Por Mauro Nascimento