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Catolicismo de maneira inclusiva

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06 de abril – Santa Gala, viúva romana

Reprodução da Internet

Transcorria o período de violências, que causou a decadência do Império Romano do Ocidente (476). Quinto Aurélio Símaco, patrício romano, ao ser eleito Prefeito de Roma, em 476, tentou manter boas relações com os soberanos Bárbaros. Tornou-se Cônsul, em 485, e, depois, também chefe do Senado, até à ruptura definitiva com Teodorico, que o condenou à morte em 525. Quinto Aurélio tinha uma filha, Gala, casada com um nobre romano, de nome desconhecido, mas, depois de apenas um ano, ficou viúva.

Coragem de recomeçar na fé

Após o período de luto, muitos membros da família pedem para Gala encontrar um novo marido. Mas, ela, que conseguiu abrandar a sua grande dor, ancorando-se na fé, tinha outros planos.

A jovem, que não morava muito longe da igreja de São Pedro, a começou a frequentar, todos os dias, dedicando muito tempo à oração. Além do mais, começou a dedicar-se ao jejum e, sobretudo, à filantropia e a muitas outras santas obras de caridade para com os necessitados, que sempre eram numerosos. Em pouco tempo, decidiu consagrar-se totalmente ao Senhor, retirando-se para um mosteiro, não muito distante, “na simplicidade do coração”, como descreveu São Gregório.

Enfim, a corajosa decisão de Gala ultrapassou os confins de Roma, tanto que, da Sardenha, São Fulgêncio, onde estava exilado, escreveu-lhe uma linda carta – uma espécie de tratado – na qual animava a mulher e outras viúvas a fazer escolhas transparentes e corajosas: “De statu viduarum“. Santa Gala faleceu em 550.

Culto de origens antigas

Animada pelos conselhos ascéticos e pelo apoio, recebidos à distância, entre os quais os de São Fulgêncio, Gala prosseguiu firme na sua vida monacal, que logo se transformou em odor de santidade.

Segundo as fontes, além da ajuda que prestava os enfermos e necessitados, Gala tinha frequentes visões da Virgem, representadas em uma valiosa obra de arte, conservada na igreja de Santa Maria em Campitelli, em Roma. Além disso, também São Pedro lhe apareceu, quando moribunda, convidando-a a ocupar o lugar, ao seu lado, que lhe cabia no céu.

A igreja de Santa Maria, no pórtico, provavelmente construída no lugar onde Gala morava e a ela dedicada, foi destruída, por volta de 1930. Hoje, há uma paróquia, dedicada a Santa Gala, ao longo do anel da Via Ostiense.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 01 abr. 2024.

05 de abril – Monsenhor André Sampaio

“O preconceito é a disposição de não aceitar o outro como ele é, além de ser uma negação dos princípios da Caridade e do Amor ao próximo e a si mesmo. Em quantos momentos nos vemos presos a preconceitos que não nos levam a lugar nenhum, muito pelo contrário degrada nossas virtudes e elevam nossos defeitos como a incompreensão e a intolerância. Desperdiçamos tempo apontando o outro e nos esquecemos de cuidar da nossa melhora e do nosso crescimento espiritual, impedindo assim a nossa santificação. Ao invés de termos o preconceito porque não usamos esse tempo doando o que há de melhor em nós a quem precisa, quanto tempo perdemos ao falar e criticar o outro enquanto podíamos ajudar quem realmente necessita de nós. Livremo-nos do preconceito pois ele não nos encaminha à caridade nem tão pouco nos ensina o amor; sejamos críticos de nós mesmos e não julgadores dos nossos irmãos.”

Monsenhor André Sampaio

05 de abril – São Vicente Ferrer, presbítero dominicano

São Vincente Ferrer, Francesco del Cossa

“A respeito do próximo, exerça estas outras sete disposições: tenra compaixão, alegria jubilosa, tolerância paciente e perdão das injúrias, afabilidade repleta de boa vontade, respeito humilde, concórdia perfeita, doação da sua vida sob o exemplo de Jesus. Como Ele, você estará pronto para doar-se aos seus irmãos” (dos Escritos de São Vicente Ferrer).

Filho de um Tabelião de Valência, ainda antes de nascer, sua mãe teve, em sonho, um pressentimento sobre a grandeza do seu futuro.

Aos 17 anos, reconheceu sua vocação e entrou para a Ordem Dominicana. Após seu ciclo de formação, lecionou lógica, filosofia e teologia na universidade e começou a colaborar com o Cardeal aragonês, Pedro de Luna, braço direito de Clemente VII, primeiro falso papa em Avinhão e, por sua vez, futuro falso papa Bento XIII (não se deve confundir com o Pontífice romano, Bento XIII, no civil Pedro Francisco Orsini, que subiu ao trono de São Pedro em 1724).

O grande Cisma do Ocidente

Em 1378, faleceu Gregório XI, o Papa que, após 70 anos, levou novamente a sede papal de Avinhão para Roma. O sucessivo Conclave, influenciado pelo descontentamento popular, cada vez mais forte, elegeu o arcebispo de Bari, que se tornou Papa Urbano VI. No entanto, ele se mostrou logo hostil para muitos cardeais, alguns dos quais fugiram e elegeram outro Pontífice, Clemente VII, que voltou a se estabelecer em Avinhão. Daí o Cisma.

Em torno dos dois Papas, nascem dois partidos políticos: os Estados se dividem e a Europa cai em um período de profunda crise e incerteza, que durou quase 40 anos.

Em 1409, para resolver os contrastes entre os dois Papas, realizou-se um Concílio, em Pisa, no qual foi eleito um terceiro Pontífice, Alexandre V. Este foi o momento mais doloroso da história.

Somente com o Concílio de Constança, convocado em 1417, e mediante a intervenção do Imperador Sigismundo, voltou-se à unidade com o novo Papa Martinho V.

Em viagem pela Europa

Naquele contexto, em 1398, Vicente Ferrer foi o confessor do Papa Bento XIII, em Avinhão. Em sonhos, o futuro santo recebeu do Senhor a missão de partir, para pregar e evangelizar, por 20 anos, toda a Europa: da Provença ao Piemonte e Lombardia, mas, depois, voltou novamente para a França e a Espanha.

Vicente se locomovia montado em um burro, sob a chuva e o sol, o calor do verão e o inverno rigoroso; ele se protegia apenas com o hábito dominicano longo, que também cobria seus pés descalços.

Vicente começou a ser seguido por clérigos e camponeses, nobres e teólogos, homens, mulheres e crianças, aos quais pedia para seguir uma regra e usar um hábito preto e branco. O que mais os atraía era a paixão, o fogo com o qual Vicente pregava, alternando seus sermões com piadas, invectivas e anedotas de viagem.

“O anjo do apocalipse”

Enquanto a situação da Igreja piorava, as palavras de São Vicente Ferrer se tornavam proféticas, a ponto de merecer o título de “Anjo do Apocalipse”. De fato, acostumado com as visitas do demônio, Vicente falava do iminente fim do mundo e dos eventos prodigiosos que o precedem, do retorno de Elias e da necessidade de se converter para salvar a própria alma. Suas afirmações causavam temor, mas não deixava de lado a mortificação corporal, mediante o jejum contínuo e a privação do sono, para dedicar mais tempo à oração.

São Vicente Ferrer morreu como viveu – em viagem – mas já era venerado como Santo. A Ordem Dominicana o recorda em outra data: 5 de maio.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 01 abr. 2024.

04 de abril – Santo Isidoro, bispo de Sevilha e doutor da Igreja

Santo Isidoro (© BAV, Urb. lat. 179, f. 2r)

“Deus não fez todas as coisas do nada: algumas foram baseadas em alguma coisa e outras do nada. Deus criou o mundo do nada, como também os anjos e as almas”. Pode causar estupor que um Bispo, que viveu entre os séculos VI e VII e escreveu obras em latim, seja proposto como o padroeiro da Internet. Foi o que aconteceu durante o pontificado de São João Paulo II. Embora tenha faltado uma sua proclamação oficial, foi um grande reconhecimento atribuído a um dos mais prolíficos Doutores da Igreja de todos os tempos.

Quando a santidade é “de casa”

Isidoro nasceu em uma família de proveniente de Cartagena, mas logo se tornou órfão de pai. Cresceu e foi criado por seu irmão mais velho, Leandro – que o precedeu na cátedra de Sevilha – junto com outro irmão e uma irmã, que também se tornaram religiosos e, depois, venerados como Santos pela Igreja. Isto é suficiente para determinar a natureza extraordinária desta família.

Uma lenda conta que, quando o pequeno Isidoro tinha apenas um mês de vida, um enxame de abelhas voou sobre seu berço e depositou, em seus lábios, um pouco de mel: um presságio de um doce e substancial ensinamento, que, um dia, teria jorrado dos seus lábios, além da sua pena.

Não obstante, no início, Isidoro demonstrou ser um estudante preguiçoso e pouco zeloso, que, às vezes, matava aulas. Até que, quase como uma fulguração, entendeu que a constância e a boa vontade podem levar um homem bem longe.

Um episcopado de 36 anos

Ao ler as obras de Santo Agostinho e São Gregório Magno, Isidoro tornou-se o homem mais instruído da sua época e, ao mesmo tempo, também um dos Bispos mais populares e amados.

Quando seu amado irmão, Leandro, faleceu, Isidoro, que já era clérigo em Sevilha, o sucedeu no episcopado.

Ele trabalhou, arduamente, por 36 anos, difundindo a doutrina, contra as heresias do seu tempo – como o Arianismo, – convertendo os Visigodos, a ponto de até presidir o Concílio de Toledo, em 633.

Santo Isidoro deu grande importância à liturgia, encorajando o uso de hinos, cantos e orações, que constituíam o rito moçárabe, também chamado “Isidoriano”.

Defensor convicto da necessidade de os candidatos ao sacerdócio serem bem preparados e instruídos, fundou o primeiro Colégio, prelúdio dos Seminários modernos. Tudo isso, sem descuidar das práticas de piedade, a oração, a penitência e a meditação, em qualquer momento do dia.

A sabedoria humana

Na linguagem comum, costuma-se usar a hipérbole “toda a sabedoria humana”, para indicar um conhecimento exagerado, que ninguém pode entender. Mas, Isidoro consegue: escreveu muito, de tudo e sobre tudo, porque a sua curiosidade era imensa e inesgotável; a sua mente era preparada para analisar e compreender os temas mais diversos.

Com efeito, a sua obra mais famosa é intitulada Etimologias, um verdadeiro compêndio do seu conhecimento contemporâneo, considerada a primeira enciclopédia da história: era dividida em 20 volumes, separada por partes e segundo o assunto, como gramática, retórica, dialética, matemática, música, medicina, agricultura, astronomia, línguas ou teologia.

Outras obras suas foram também os Comentários sobre os livros históricos do Antigo Testamento.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 01 abr. 2024.

04 de abril – Monsenhor André Sampaio

“Ser sábio não quer dizer ser perfeito, não falhar, não chorar e não ter momentos de fragilidade. Ser sábio é aprender a usar cada dor como uma oportunidade para aprender uma nova lição. Cada erro deve ser uma ocasião para corrigir rotas, cada fracasso como uma chance para ter mais coragem… Nas vitórias, os sábios são amantes da alegria; nas derrotas são amigos da reflexão. O mais importante na vida não é o triunfo, mas a luta para o alcança-lo… o esforço diário para alcançar a santidade!”

Monsenhor André Sampaio

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Por Mauro Nascimento