Catolicismo de maneira inclusiva

Categoria: Monsenhor André Sampaio (Página 63 de 73)

02 de junho – Monsenhor André Sampaio

ANTES DE COMEÇAR UM NOVO CICLO, É PRECISO TERMINAR O ANTIGO

“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas e terminando capítulos. Não importa o nome que damos, mas o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Vire a página do livro da sua vida e siga em frente. O que permanecer parado no passado, iniciará um processo de sofrimento sem precedentes. Ninguém pode permanecer no passado, ou viajar para o futuro, sem estar no presente. O que passou não voltará, e o futuro só chegará no momento correto. A vida é composta de várias surpresas, onde às vezes perdemos e outras ganhamos. Lembre-se que antes de começar um novo ciclo, é preciso terminar o antigo. Diga sempre á você mesmo, que o passou, passou, sem mágoas ou ressentimentos.”

Monsenhor André Sampaio

01 de junho – Monsenhor André Sampaio

O HOJE É NOS DADO PARA NOS TORNARMOS PESSOAS MELHORES

“Feliz aquele que ao abrir os olhos pela manhã pode contemplar o despertar da vida e vê-la como se apresenta a nós, linda e deslumbrante com infinitas bênçãos salutares e renovadoras para nos banhar de coragem e perseverança em nosso dia a dia. Tudo na vida são escolhas e elas nos fazem ser quem somos, toda escolha tem uma consequência e nós responderemos por ela. Hoje agradeça pela oportunidade de continuar o aprendizado e o conhecimento, pois são essas as oportunidades que Deus nos dá para nos tornarmos melhores. Devemos perceber que hoje não somos mais como outrora porque amadurecemos e o hoje é nos dado para nos tornarmos pessoas melhores, por isso todos os dias são uma nova esperança para a modificação e a santificação de cada um de nós. Mãos a obra, temos muito ainda a conquistar porque a vida é um caminho de aprendizado e conhecimento. Desperte!”

Monsenhor André Sampaio

31 de maio – Monsenhor André Sampaio

FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO: A AMEAÇA À PAZ E OS DESAFIOS DO DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

“A palavra ‘fundamentalismo’ passou nos últimos anos a estar presente na mídia mundial quase sempre com uma conotação assustadora. E não é para menos. Os militantes fundamentalistas estiveram por detrás da maioria dos atos de violência cometidos nas mais variadas situações geográficas. Acostumamo-nos a identificá-lo, o fundamentalismo, aos religiosos do Oriente Médio, particularmente aos imãs islâmicos, aos chefes e chefetes espirituais de países daquela região que sempre aparecem com seus trajes tradicionais, encimados por turbantes, lançando ameaças ao mundo moderno e aos americanos em geral.

Na verdade o fundamentalismo é um movimento socio-religioso e político muito diversificado e bem mais extenso do que as fronteiras do Islã. Paradoxalmente é nos Estados Unidos de hoje que encontramos o maior contingente de fundamentalistas, só que cristãos. O que se segue abaixo é uma síntese deste poderoso movimento, onde procura-se identificar os tipos de fundamentalismo bem como seus objetivos.

Antes de tudo é necessário definir o que vem a ser fundamentalismo. Designa-se assim todo e qualquer movimento religioso, de qualquer que seja a religião, que tende a interpretar a realidade de hoje através dos olhos de antigos preceitos religiosos e que renega os valores da modernidade. Para o fundamentalista o fiel deve seguir à risca as páginas dos textos sagrados da sua religião. As Escrituras (sejam elas a Bíblia, o Talmude, o Corão, ou o Hadith dos hindús) foram traçadas por Deus, logo devem ser interpretadas como a Sua vontade. Naturalmente que os fundamentalistas não aceitam o criticismo, isto é, o movimento intelectual teológico moderno (pelo menos desde Spinoza para cá) que diz que elas, as palavras sagradas, devem ser interpretadas de acordo com a época e as circunstâncias em que foram escritas e que abrigam uma enorme distância da realidade atual.

Portanto, fundamentalismo é tomar as palavras sagradas e a doutrina religiosa em seus fundamentos, radicalmente, ‘retornar aos artigos fundamentais da fé’ sem nenhuma alteração, sem nenhuma concessão. O fundamentalista não dialoga, apenas impõe sua ‘verdade’.

Toda religião, enraizada na sociedade humana, separa o grupo humano que nela se reconhece daqueles que praticam outra fé. Estabelece um território em que se definem e reforçam as identidades individuais e coletivas. À medida que diferencia uma comunidade da outra, a religião pode gerar conflitos ou servir de justificativa para confrontos violentos entre uma comunidade e outra. Ainda que as religiões preguem a paz, em todas as religiões se encontram pessoas ou grupos de crentes que vivem sua fé cultivando atitudes fundamentalistas. O envolvimento das religiões em guerras justifica perguntar se estas são fatores de guerra ou fatores de paz e se o fundamentalismo é ou não intrínseco a toda profissão religiosa. A pergunta se abriga na mesma estrutura institucional das religiões.

A crença num Deus absoluto e a total dedicação a ele da pessoa religiosa acabam justificando o absolutismo da crença. A partir de uma determinada formulação dos conteúdos de uma religião, tida como imutável, assumem-se atitudes de defesa e de luta contra toda e qualquer tentativa de reformulação, contra e qualquer mudança de comportamentos não consagrados pela tradição. O próprio serviço da verdade pode levar os líderes religiosos a atitudes autoritárias e violentas com a finalidade de evitar o relativismo, o sincretismo, o indiferentismo.

A recusa de distinguir entre conteúdos e suas formulações, a identificação do sentimento de total adesão de fé ao absoluto de Deus e a acolhida da sua auto-revelacão levam muitos crentes a assumir posturas de rígida defesa de sua profissão religiosa e comportamentos intolerantes. Chegam a ponto de não admitir a possibilidade de outras identidades, negam o direito a pensamentos e a atitudes diferentes.

No interior da comunidade de fé, eles tendem a impor sua visão da tradição como a única ortodoxa, usando todos os meios, mas particularmente o poder religioso. Pode-se verificar nesses segmentos uma busca constante dos espaços de poder, uma infiltração nos postos-chave de condução das comunidades religiosas. Através da emanação de normas categóricas e invioláveis, com penas anexas para os transgressores, da formação de grupos de controle e de denúncia, instauram um verdadeiro clima de regime. Na sociedade sua presença é também caracterizada por formas de poder.

São defensores de atitudes moralistas muito rígidas, de valores ligados à cultura tradicional, quer religiosa como social. Usam publicamente costumes que ostentam sua identidade religiosa. Divulgam suas idéias de forma particularmente polêmica contra outros crentes ainda que pertençam ao mesmo credo religioso. Na política buscam entendimentos e cumplicidade com as forças conservadoras em troca da defesa e do apoio político e legal para a conservação de seu poder religioso.

Fundamentalismo e ameaça à paz parecem, cada vez mais, dois termos inseparáveis no mundo contemporâneo. Fundamentalismo e uma maneira equivocada de viver a fé também parecem companheiros inseparáveis de viagem. A expressão do escritor José Saramago em comentário ao ato terrorista de 11 de setembro de 2001, ‘o problema é Deus’, deve servir de alerta para todos os crentes. Uma coisa é a adesão total e incondicionada a Deus, outra coisa é usar a religião em benefício de pessoas ou de grupos de poder.

Movimentos pacifistas procuram alertar sobre os riscos de atitudes fundamentalistas e contribuir para a criação de culturas de paz. No mundo religioso afirma-se cada vez mais um pluralismo de fato e de direito. O ecumenismo e o diálogo inter-religioso são apontados como caminhos irreversíveis para a reconciliação e a paz religiosa.

A missão da Igreja é desafiada a rever os paradigmas construídos em época colonial e aprofundar não somente uma espiritualidade de diálogo, mas construir um paradigma novo de missão que seja ao mesmo tempo ecumênico, inter-religioso e inter-cultural.”

Monsenhor André Sampaio

Referências:

Declaração Nostra Aetate. Acesso em: 30 mai. 2023.

Decreto Unitatis Redintegratio. Acesso em: 30 mai. 2023.

JOÃO PAULO II. Encíclica Redemptoris Missio, São Paulo: Paulinas,1990.

PONTIFÍCIO CONSELHO PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS. Diálogo e anúncio, São Paulo: Paulinas, 1996.

TAMAYO, Juan José. Fundamentalismos y diálogo entre religiones. Madrid: Trotta,
2004.

30 de maio – Monsenhor André Sampaio

EI FILHO, CALMA, É NO MEU TEMPO, NÃO NO SEU QUE TUDO SE RESOLVERÁ

“Não é porque temos Deus que não choramos, que não caímos e não temos medo, ou sentimos raiva, ficamos triste ou ficamos angustiados. A diferença é que quando choramos Ele nos consola. Quando caímos, Ele estende a sua mão e nos levanta. Quando temos medo Ele nos ensina a ter coragem. E nos lembra que não precisamos temer nada, porque Ele é o nosso refúgio. A diferença também é que quando sentimos raiva Ele nos ensina a não guardar rancor. E quando estamos angustiados, com o coração apertado e com a mente confusa, Ele nos lembra que já está cuidando de nós e diz: Você pode está passando por essa tempestade, mas se houver fé dentro do seu coração, não há motivos para querer desistir. Confie em Mim e tudo dará certo. Deus continua ao nosso lado dizendo: Ei filho, calma, é no meu tempo, não no seu que tudo se resolverá, descansa seu coração e confie em Mim.”

Monsenhor André Sampaio

29 de maio – Monsenhor André Sampaio

“Se pararmos para pensar e analisar todas as aflições que nos atingem, poderemos perceber que grande parte dos problemas que surgem em nossas vidas são e foram criados por nós mesmos. Estamos sempre buscando algo que muitas vezes nem sabemos o que é. A nossa falta de tolerância, de paciência com o próximo geralmente nos coloca em situações difíceis, seja em casa, no trabalho, no trânsito. Por que nos maltratamos tanto? Sim, porque com essa forma de agir somos os primeiros a sofrer. Complicamos aquilo que é simples, querendo sempre o impossível, e nos esquecendo de que para sermos felizes não precisamos de tantas coisas que se encontram no mundo material. A paz e a felicidade se encontram dentro de nós. Todo o resto é ilusão. Por isso busquemos viver simplesmente, sendo mais tolerantes, mais compassivos, menos orgulhosos, mais humildes, mais caridosos, mais amorosos. A vida é simples, nós é que a complicamos…”

Monsenhor André Sampaio

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Por Mauro Nascimento