Catolicismo de maneira inclusiva

Autor: Katholikos (Página 77 de 167)

11 de outubro – São João XXIII, papa

São João XXIII, Basílica de São Paulo Extramuros

Ângelo José Roncalli, quarto filho de 13, nasceu em Sotto il Monte, Bergamo, em 25 de novembro de 1881. Em 1892, entrou para o Seminário de Bergamo e, em 1896, foi admitido à Ordem Franciscana Secular. De 1901 a 1905 foi aluno no Pontifício Seminário Romano e, em 1° de agosto de 1904, ordenado sacerdote. A seguir, foi convocado como secretário do Bispo Giacomo Maria Radini-Tedeschi, e, por isso, regressou à “sua” cidade de Bergamo.

Experiência da guerra

Viver ao lado do Bispo e acompanhá-lo nas suas visitas aos lugares mais recônditos da diocese, certamente, constituíram a inspiração pastoral que guiará sempre o futuro Papa. Porém, em 1914, tudo se interrompeu bruscamente: faleceu Dom Giacomo Radini e estourou a I Guerra Mundial. Quando a Itália entrou no conflito, em 1915, Ângelo Roncalli foi convocado para servir como novo Sargento no campo da Saúde; depois, tornou-se Capelão militar, trabalhando nos hospitais militares de reserva, e coordenador na assistência espiritual e moral dos soldados.

Em Roma, a serviço da Santa Sé

Ângelo Roncalli entrou oficialmente no Vaticano, em 1921, onde teve início a segunda parte da sua vida: foi convocado a Roma, por Bento XV, para presidir, pela a Itália, ao Conselho Central da Pontifícia Obra de Propagação da Fé; quatro anos depois, o novo Papa, Pio XI, o nomeou Visitador Apostólico na Bulgária. Nomeado Bispo, em 19 de março de 1925, em Roma, começou sua missão, em Sofia, em 25 de abril. A seguir, foi nomeado primeiro Delegado Apostólico na Bulgária, visitando as comunidades católicas e estabelecendo cordiais relações com as demais comunidades cristãs, até 1934.

Vida no exterior, como pastor missionário

Por vários anos, Ângelo José Roncalli foi representante da Santa Sé no exterior. Em 27 de novembro de 1935 ,foi nomeado Delegado Apostólico na Turquia e Grécia e Administrador Apostólico dos latinos em Constantinopla. Não foi uma tarefa fácil. Na “nova” Turquia, proclamada Estado não confessional, trabalhou para que os Católicos não se sentissem excluídos da sociedade; ao invés, na Grécia, deviam melhorar as relações com o Patriarca e os metropolitas da Igreja Ortodoxa. Com a explosão da III Guerra Mundial, a situação de Dom Roncalli teve que mudar, novamente: em 20 de dezembro de 1944, Pio XII confiou-lhe, mais uma vez, uma tarefa delicada: foi nomeado Núncio Apostólico em Paris. A França, em uma situação de libertação, iniciava um profundo processo de laicismo estatal. O que sempre inspirava Dom Roncalli, em cada nova função, era buscar a simplicidade evangélica, mesmo diante das questões diplomáticas mais complexas: era sustentado por um desejo pastoral sacerdotal, em todas as situações, com também por uma piedade sincera, que consistia em dedicar, diariamente, um maior tempo à oração e à meditação.

Pastor de almas na Cátedra de Pedro

Como quase sempre acontece, a vida passa por rápidas mudanças. Assim aconteceu com Dom Ângelo Roncalli: em 1953, foi criado Cardeal e, imediatamente, teve que voltar para a Itália, onde se tornou Patriarca de Veneza. Achou, portanto, que estão podia dedicar os últimos anos da sua existência ao ministério direto de cuidar das almas, na capital veneta. Ao invés, com a morte de Pio XII, foi eleito Papa, em 28 de outubro de 1958, escolhendo o nome de João XXIII. Durante seu quinquênio de Pontificado, deu ao mundo uma autêntica imagem de Bom Pastor, recebendo, de fato, o apelido de “Papa bom” ou “Papa da bondade”.

Concílio Vaticano II e Magistério da Igreja

João XXIII demonstrou, imediatamente, ser um Papa inovador: convocou o Sínodo Romano, instituiu a Comissão para a revisão do Código de Direito Canônico, mas, sobretudo, de modo surpreendente, da Basílica de São Paolo fora dos Muros, convocou, em 25 de janeiro de 1959, o Concílio Ecumênico Vaticano II. O objetivo não era mudar a Doutrina católica, nem definir novas verdades de fé, mas repropor o conteúdo da fé ao homem contemporâneo, para dar resposta às novas problemáticas e desafios de uma sociedade em evolução. Coerente com uma atitude de diálogo e compreensão e não de oposição e condenação, convidou também expoentes das várias Confissões cristãs como observadores do Concílio. A mensagem de João XXIII foi lançada com força pelas suas oito Encíclicas, inclusive a “Mater et magistra”, de 1961, na qual repropôs o ensinamento social da Igreja, 70 anos depois da “Rerum novarum” e da “Pacem in terris”, de 1963: o primeiro documento da história, dirigido a todos os homens de boa vontade, no qual destacava os conceitos de paz e de uma justa ordem social. Há algum tempo, João XXIII estava doente. De fato, faleceu em 3 de junho de 1963, logo depois do Dia de Pentecostes. O “Papa bom” foi beatificado por João Paulo II, durante o Grande Jubileu de 2000, e canonizado pelo Papa Francisco, em 27 de abril de 2014.

Oração que João XXIII gostava de rezar durante a Missa:

Pai do Céu. Pai de misericórdia!
Atendei a oração do vosso servo:
1) pela satisfação e remissão de todos os meus pecados;
2) pela saúde e fortaleza da minha alma, da minha casa e daqueles que estão vinculados ao meu serviço;
3) pela satisfação e remissão dos pecados dos governantes,
dos prelados, das almas consagradas e de todos,
para que vos dignais conceder a todos a graça do Espírito Santo;
4) por todos os pecadores do mundo, a fim de convertê-los
e reconduzi-los ao caminho da salvação;
5) pelo conforto dos aflitos, concedendo-lhes apoio e verdadeira paciência;
6) pelo refrigério e libertação das almas do purgatório, especialmente as que têm direito à minha oração;
enfim, para iluminar todos os povos, que não receberam a luz do Evangelho, e os nossos irmãos separados, para que possam vos conhecer e amar.
Pai Todo-Poderoso, bendito sejais para sempre, junto com o Filho e o Espírito Santo. Assim seja!

Fonte: Vatican News. Acesso em: 09 out. 2023.

10 de outubro – Monsenhor André Sampaio

“É um privilégio poder servir a Deus! Ele quer ter um relacionamento íntimo conosco, mostrar seus planos e projetos, e usar a nossa vida. Que privilégio! Existem muitas pessoas que estão perguntando a si mesmas se foram chamadas para servir ou não. TODOS nós devemos nos envolver neste serviço. TODOS nós fomos chamados para servir!”

Monsenhor André Sampaio

10 de outubro – São Daniel Comboni, Fundador dos Padres Missionários Combonianos e Irmãs Missionárias Combonianas

Daniel Comboni era italiano de Limone sul Garda, na Brescia, tendo nascido, em 15 de março de 1831, numa família cristã, unida, humilde e pobre de camponeses. Os pais, Luis e Domenica, dedicavam-lhe um amor incontido, pois era o único sobrevivente de oito filhos.

Por causa da condição econômica, enviaram Daniel para estudar no Instituto dos padres mazzianos em Verona, quando, então, despertou sua vocação para o sacerdócio, especialmente para a missão da África Central, onde os mazzianos atuam. Em 1854, já formado em Filosofia e Teologia, Daniel é ordenado sacerdote. Três anos depois, recebe as bênçãos dos pais e parte para a África, junto com mais cinco missionários.

Após quatro meses de viagem, padre Comboni chega a Cartum, capital do Sudão. A realidade africana é cruel e choca. As dificuldades começam no clima, passam pelas doenças, pobreza, abandono do povo e terminam com o índice elevado de mortes entre os jovens companheiros. Porém, tudo serve de estímulo para seguir adiante, sem abandonar a missão e o entusiasmo.

Pela África e seu povo, padre Comboni regressa à Itália, numa tentativa de conseguir uma nova tática para evangelizar naquele continente. Em 1864, rezando junto ao túmulo de são Pedro, em Roma, surge a luz. Elabora seu plano para a regeneração da África, resumido apenas num tema: ‘Salvar a África com a África’, um projeto missionário simples e ousado para a época.

Padre Comboni passa, imediatamente, à ação, pede todo tipo de ajuda espiritual e material à sociedade europeia, vai aos reis, bispos, ricos senhores e recorre também ao povo pobre e simples. A missão da África Central precisa de todos engajados no mesmo objetivo cristão e humanitário. Dedica-se com tanto empenho e ânimo, que consegue fundar uma revista de incentivo missionário, a primeira na Itália.

Além disso, fundou, em 1867, o Instituto dos Missionários, depois chamados de Padres Missionários Combonianos e, em 1872, o Instituto das Missionárias, mais tarde conhecidas como Irmãs Missionárias Combonianas.

No Concílio Vaticano I, ele participa como teólogo do bispo de Verona, conseguindo que outros 70 bispos assinem uma petição em favor da evangelização da África Central. Em 1877, Comboni é nomeado vigário apostólico da África Central e, em seguida, é também consagrado o primeiro bispo católico da África Central, confirmação de que suas ideias, antes contestadas, são as mais eficientes para anunciar a Palavra de Cristo aos africanos.

Depois de muito sofrimento no corpo e no espírito, no dia 10 de outubro de 1881, o bispo Comboni morre, em Cartum, em meio ao povo africano, rodeado pelos seus religiosos, com a certeza de que sua obra missionária não morreria.

Chamado de “Pai dos Negros” pelo papa João Paulo II, ao beatificá-lo em 1996, o mesmo pontífice declarou santo Daniel Comboni em 2003. A sua comemoração litúrgica ocorre no aniversário de sua morte.

Fonte: Franciscanos. Acesso em: 09 out. 2023.

09 de outubro – Monsenhor André Sampaio

“Jesus Cristo é o exemplo perfeito de caridade. Uma pessoa caridosa é misericordiosa, compreensiva, pronta a servir, humilde, solícita e que vê as pessoas com tolerância e bondade. Cristo demonstrou todas essas características com as pessoas a quem serviu e encontrou. Jesus demonstrou caridade constante e encorajou Seus seguidores a fazer o mesmo. Entretanto, Seu grande ato de caridade foi Seu sofrimento no Getsêmani e o sacrifício de Sua vida na cruz, através da qual todos nós recebemos a oportunidade de viver para sempre e retornar ao Pai Celestial novamente.

Jesus ensinou Seus seguidores a amarem uns aos outros. Ele nos ensinou a sermos caridosos e altruístas. Ele foi amigo do estrangeiro, comeu com os pecadores, e empregou seu tempo em edificar aos outros. Através de Seu exemplo, podemos encontrar as qualidades que devemos desejar para nós mesmos.

A vida de Cristo é o perfeito exemplo de caridade. Através de Seu exemplo, podemos aprender como encontrar felicidade e como enriquecer nossas vidas. Cristo nos ensinou que se colocarmos o próximo em primeiro lugar, poderemos encontrar a verdadeira felicidade. Na verdade, a definição de caridade é o puro amor de Cristo. A caridade é um dos dons espirituais, e por isso, pode ser adquirida de Cristo como um dom. Ela deve ser procurada através da oração sincera e da diligencia:

‘De modo que, meus amados irmãos, se não tendes caridade, nada sois, porque a caridade nunca falha. Portanto, apegai-vos à caridade, que é, de todas, a maior, porque todas as coisas hão de falhar — Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem’.”

Monsenhor André Sampaio

09 de outubro – São João Leonardi, fundador dos Clérigos Regulares da Mãe de Deus

João nasceu em Diecimo, província de Luca, no seio de uma família modesta de latifundiários. Sua vida parecia estar orientada para a profissão de boticário, como era chamado um farmacêutico na época. Porém, de repente, se abateu uma grave crise sobre a sua cidade. Assim, junto com o grupo que frequentava, chamado “Colombinos”, leigos comprometidos em viver como autênticos cristãos, ele se dedicou à ajuda dos pobres. Desta forma, amadureceu sua vocação ao sacerdócio e foi ordenado em 1571.

Apóstolo da Reforma

Como sacerdote, João compreendeu, imediatamente, que a prioridade na sua vida era educar as crianças à fé. Então, experimentou um método inovador de ensino do Catecismo, que levou o Bispo de Luca a adotá-lo em todas as igrejas da cidade. Até os adultos participavam das suas aulas, atraídos pelo seu modo de transmitir a Palavra. As iniciativas eram tantas, que João precisou de ajuda: assim nasceu a Companhia da Doutrina Cristã, dirigida por leigos, que, em 1574, se tornou família religiosa, a Irmandade dos Sacerdotes Reformados, que, no fim, foi chamada com o nome atual de Clérigos Regulares da Mãe de Deus. João era um grande reformador, que se destacou em meio àquela onda de novidade, existente no seio da Igreja católica do seu tempo. Porém, como se sabe, os inovadores nem sempre são bem vistos.

“Inimigo da pátria”

Os pregadores hereges, que não faltavam na época, começaram a tomar João como alvo, apoiados também por sacerdotes e leigos, que não compartilhavam da sua obra reformadora. Assim, em 1584, aproveitando da sua viagem a Roma, o baniram para sempre da cidade, como inimigo da sua pátria. No entanto, a situação não mudou, nem mesmo depois da investigação, por ele solicitada. Voltando a Roma, João foi enviado pelo Papa como Visitador apostólico e reformador dos mosteiros beneditinos: os que tinham menos de 12 membros foram supressos; uniformizou os móveis, as roupas e a alimentação, em coerência com o voto de pobreza; e deteve as ingerências leigas na vida dos monges.

Missão da “Propaganda Fide”

Com o tempo, a João foi confiada a pastoral da igreja de Santa Maria “in Portico”, onde introduziu o ensino regular da Doutrina cristã. Entre 1607 e 1608, com outros sacerdotes, instituiu uma nova Congregação masculina, com o objetivo específico de propagar a fé cristã entre as populações, que ainda não a conheciam. Assim, nasceu o núcleo que, depois, se tornou Colégio Urbano de Propaganda Fide, do qual é considerado cofundador.
João Leonardi faleceu em 1609 e foi canonizado por Pio XI, em 1938. Entre seus escritos, deixou o Memorial a Paulo V, sobre a reforma geral de toda a Igreja, com o qual promovia a realização de Sínodos nacionais, a restauração da Catequese das crianças e a renovação do Clero, premissa necessária para a mudança do laicato.

Oração dos catequistas:

São João Leonardo, amigo e irmão,
faça com que possamos nos comprometer como você
na escuta e no anúncio da Palavra divina.
Que seu testemunho de servo fiel do Evangelho
seja modelo para a nossa vida de cristãos e catequistas.
Acenda, em nossos corações, a caridade evangélica;
concede-nos a sabedoria dos pequeninos;
infunde em nós a paciência dos arautos do Evangelho.
Que tudo contribua em nossa vida
para que o Senhor Jesus seja conhecido, amado, servido, testemunhado.
Faça com que possamos permanecer fiéis
ao encontro com Cristo no Sacramento da penitência e da Eucaristia,
para cultivar em nós o dom do amor sem medida.
Que Maria, Mãe de Deus, nos indique o caminho evangélico
da semente oculta, que produz muitos frutos.
Amém.

Fonte: Vatican News. Acesso em: 03 out. 2023.

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Por Mauro Nascimento