Catolicismo de maneira inclusiva

Autor: Katholikos (Página 7 de 167)

01 de abril – Monsenhor André Sampaio

CATÓLICO APOSTÓLICO ROMANO OU “CAÓTICO APOSTÁTICO ROMÂNTICO”? 

Católico ou “caótico”?

“Comecemos pelo ‘católico-caótico’. A palavra ‘católico’ é um adjetivo da língua grega que, no masculino, feminino e gênero neutro corresponde respectivamente a: katolikós, katoliká, katolikón. O significado de católico é: universal. Quer indicar que o cristianismo deve ser universal, abranger todos os povos de toda a terra e de todos os tempos. O Evangelho é universal, é para todos. No caso, o substantivo é: cristão; católico é adjetivo, que poderia ser substituído por ‘universal’; mas, ficaria um tanto pernóstico dizer: ‘sou cristão universal’… E por isso, ficamos com o adjetivo ‘católico’ mesmo, querendo dizer ‘universal’. Entendido?

Pois bem. Mas, em nossa querida Pátria e alhures, o cristão em vez de ser ‘católico’, isto é, aceitar todo o Evangelho, a Igreja-Hoje, o tal cristão-‘caótico’ faz uma misturança de tudo e faz uma religião das suas conveniências, catando aqui e ali meias verdades e… bota tudo no ‘liquidificador’ do seu egoísmo e da sua ignorância, aperta o botão das suas conveniências, e… dá aquela mistura caótica de católico-umbandista-cientificista-espiritualista-esotérico-maçonista e… diabo-a-quatro. E depois se mete a discutir religião sem entender bulhufas.

A Fé desse cristão caótico fica na periferia. E, no fundo mesmo, ele não quer é se comprometer com as dimensões da Fé: a dimensão pessoal da consciência limpa, a dimensão social da Justiça, a dimensão Política do compromisso com a ética do bem-comum; e, por aí afora. O cristão caótico cria um caos entre Fé e Vida, entre Fé e as realidades temporais onde ele deve atuar. O ‘caótico’ cria uma religião liberalóide, à imagem e semelhança de suas ideias e gostos. Assim é fácil, não?…

Apostólico ou “apostático”?

Outro tipo de católico original, mas muito comum, é o que afirma, nos recenseamentos, ser católico-apostólico, mas, em vez de ‘apostólico’, ele é ‘apostático’. Sem querer fazer muita apologética nem muita discussão sobre o assunto, é fácil verificar qual é a verdadeira religião cristã (universal = católica), a que vem desde os tempos dos apóstolos, do tempo de Cristo, portanto. É só ver nos Evangelhos como Jesus quis sua Igreja como sinal do Reino. E logo constataremos que Jesus quis, nessa Igreja, u ma autoridade que fosse a pedra fundamental, garantia da unidade. E sabemos que ele colocou Pedro como a primeira autoridade, que depois vai tomando o nome de papa (pai). Está clara, nos Evangelhos, a indicação do Apóstolo Pedro como o primeiro chefe. E como essa Igreja deveria perdurar e continuar através dos séculos, vemos, na história da Igreja, que vieram Uno, Cleto, Clemente… até o nosso atual Papa Francisco. Então esta será, claro, a Igreja Apostólica, a Igreja que o Cristo quis… apesar de todas as misérias acontecidas com a necessidade de contínuas reformas na parte humana da Igreja.

Pois bem. O nosso católico ‘apostático’, em vez de ficar com essa Igreja, ele vai ‘apostando’, como o ‘caótico’, num sincretismo religioso, numa mistura de religiões ou fantasias religiosas, superstições e ‘etceterões’ que não podem caber num ‘mesmo saco’, numa mesma vida…

Assim, de manhã, o ‘apostático’ aposta na missa. Ao meio dia, aposta no horóscopo (alguns jornalistas-horoscopistas disseram-me como fazem quando ‘falta assunto’: pegam horóscopos de uns anos atrás e recopiam com algumas mudanças e publicam o ‘horóscopo do dia’…). E à noite, em que ‘aposta’ o nosso ‘apostático’? No terreiro, saracoteando na macumba e quejando…

E assim vai ele, pela vida, ‘apostando’, até que acaba é apostatando mesmo, sem eira nem beira, sem convicção cristã nenhuma, sem compromisso com a Fé. Uma religião na base da emoção, da fantasia, sem firmeza histórica, sem firmeza evangélica, sem firmeza da Fé. Apostando no que lhe convém no momento… Nem cristão, nem católico, nem apostólico, mas: ‘apostático’…

romano ou “romântico”?

Vimos os dois tipos de cristãos batizados e crismados com os quais o Espírito Santo da Crisma não terá chance nenhuma de contar para o testemunho da Fé. São os católicos ‘caóticos’ e os ‘apostáticos’.

Mas há um 3º espécimen, muito caracterizado e muito comum entre eles e entre elas… É o chamado cristão-católico ‘romântico’: ‘ái Jésúis!’ E como os há, por aí afora… Dizemos ‘romântico’ em oposição a romano; isto é, sem a adesão incondicional à Igreja de Jesus Cristo, desde os inícios sediada em Roma. ‘Romano’ só porque, desde Pedro, os 263 Papas sediaram-se em Roma.

‘Romântico’ é o católico superficial, que tem as emoções como termômetro da Fé; o que se apega às periferias da religião, sem convic­ções profundas, e que age ao sabor do ‘gosto não-gosto’. Neles e nelas não é a firmeza da Fé, a constância da Esperança nem a fidelidade do Amor que orientam a vida, mas sim, os ‘gostinhos’ e preferências da ocasião, da  ‘moda’.

‘Romântico’ é o católico que não perde a procissão do Senhor Morto e faz questão fechada de depositar seu ósculo no esquife do Senhor Morto… Mas foge, na vida do dia-a-dia, de ‘beijar’ o Senhor vivo do Evangelho, o Cristo da justiça, do amor ao irmão, do perdão. É fácil beijar um ‘Senhor Morto’ de madeira, de pedra, de gesso: quero ver é você beijar o Cristo do Evangelho, quando exige tomadas de posição na caminhada da Igreja, na justiça etc., etc.

Católica ‘romântica’ é aquela que me dizia: ‘Ah! padre, o dia da 1.a comunhão de minha filha, quero que fique ‘indelééévvelll’… na minha vida…’. Mas, ela mesma nem ‘limpou a cocheira’ dos pecados para poder comungar com a filhinha… ‘Romântico’ é o cristão que lê o Evangelho, concordando com umas coisas que Jesus disse e não con­cordando com outras que o mesmo Jesus disse… ‘Eu acho… eu não acho…’ como se cristianismo fosse ‘achismo’… E, por aí afora, meus amigos, quantos cristãos e cristãs romântico(a)’s, não? E onde fica o Batismo dessa gente, onde fica a Crisma com o Espírito Santo exigindo uma vida coerente com o Evangelho, com a Igreja e não com os caprichos de cada um?”

Monsenhor André Sampaio

31 de março – São Guido de Pomposa

Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália. Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.

No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.

Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.

Imediatamente, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão. Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exercê-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

Fonte: Franciscanos. Acesso em: 02 abr. 2024.

31 de março – Monsenhor André Sampaio

“É comum que se confunda Conhecimento com Sabedoria, mas essas são coisas bem diferentes.

Se prestarmos atenção, podemos verificar que a diferença é clara e visível. O conhecimento é o somatório das informações que adquirimos, é a base daquilo que chamamos de cultura. Podemos adquirir conhecimento sem sequer vivermos uma experiência fora dos livros e das aulas teóricas. Podemos nos tornar cultos sem sairmos da reclusão de uma biblioteca.

Já a Sabedoria, por outro lado, é o reflexo da vivência, na prática, quer pela experimentação, quer pela observação, da utilização dos conhecimentos previamente adquiridos. Para ser sábio é preciso viver, experimentar, ousar, ponderar, amar, respeitar, ver e ouvir a própria vida. É preciso buscar, sim, o conhecimento, a informação. Deve-se atentar para não se tornar alguém fechado em si mesmo e no próprio processo de aprendizado. Fazer isso é o mesmo que iniciar uma viagem e se encantar tanto com a estrada a ponto de se esquecer para onde se está indo. E isso não parece ser uma atitude muito sábia.

Então, sejamos Sábios: vivamos, amemos e compartilhemos o que há em nossos corações!”

Monsenhor André Sampaio

30 de março – São João Clímaco, abade no Monte Sinai

São João Clímaco, Escola de Novgorod

João Clímaco viveu no século VII. Sua data de nascimento é documentada por volta do ano 575 na Síria. Temos poucas notícias sobre a sua vida, mas seu exemplo e escritos são muito conhecidos na Tradição cristã.
Com apenas dezesseis anos, João entrou para o mosteiro no Monte Sinai, tornando-se discípulo do abade Martírio. Ao completar vinte anos, escolheu viver como eremita em uma gruta, onde, por quarenta anos, estudou, meditou as Escrituras e se dedicou à oração.

Na montanha divina

Os monges do Monte Sinai pediram-lhe para assumir o cargo de hegúmeno(guia) do seu mosteiro. Assim, João voltou a viver como cenobita. Neste cargo, demonstrou uma grande sabedoria, em matéria de fé, a ponto de a sua fama se espalhar para fora dos muros do mosteiro, até chegar a Roma. Em uma Carta, o Papa Gregório Magno recomendou suas orações para si e aumentou os auxílios para os religiosos.

Ao receber o cargo de Vigário do Papa em Constantinopla, durante os anos 579-585/6, manteve contatos amigáveis com muitos padres do Sinai, com os quais se correspondia.

Poucos anos depois, João deixou o mosteiro e, saudoso da vida eremítica, decidiu retirar-se em solidão, vindo a falecer no ano 650.

A Escada do Paraíso

A sua obra – em grego – que o levou a ser famoso entre a cristandade, intituladaΚλίμαξ του Παραδείσου (Escada do Paraíso ou Escada da Ascensão Divina), o tornou conhecido, entre as gerações futuras, como João Clímaco.

Sua obra pode ser definida um verdadeiro Tratado de vida espiritual, porque indica como atingir o amor perfeito. Com efeito, João desenvolve um caminho de trinta degraus – correspondente aos anos da vida particular de Cristo – que se articula em três etapas.

A primeira é a ruptura com o mundo e o retorno à infância evangélica, ou seja, tornar-se crianças, em sentido espiritual, mediante a inocência, o jejum e a castidade.

A segunda é a luta espiritual contra as paixões: cada degrau corresponde a uma paixão, indica a terapia e propõe uma sua virtude. Porém, o autor afirma que as paixões não são negativas em si, mas se tornam assim por causa do mau uso que a liberdade humana faz delas. De fato, indica: “As paixões, se forem purificadas, revelam ao homem o caminho para Deus, com energias unificadas por meio da ascese e da graça”.

A terceira etapa do caminho para o “paraíso” é a perfeição cristã, que se desenvolve nos últimos sete degraus da Escada, os estados mais altos da vida espiritual, que podem ser experimentados por quem atinge a quietude e a paz interior.
Dos últimos sete degraus, os primeiros três são representados pela simplicidade, a humildade e o discernimento. Sobre este último, João Clímaco esclarece: “Como guia e norma de todas as coisas, depois de Deus, devemos seguir a nossa consciência”.

O último degrau da Escada consiste na sobriedade do espírito, alimentada pelas virtudes da fé, da esperança e da caridade. Esta última é representada também como Eros – amor humano – e, portanto, como união matrimonial da alma com Deus: a força do amor humano pode ser reconduzida a Deus e uma sua intensa experiência pode levar a alma ao amor perfeito, mais do que a dura luta contra as paixões.

Nas últimas páginas da Escada do Paraíso, João Clímaco escreve: “A primeira virtude é parecida com um raio; a segunda, com a luz; e a terceira com um círculo”. Ele conclui sua obra exaltando a caridade como “mãe da paz, fonte de sabedoria e raiz da imortalidade e da glória… estado dos anjos e vantagem do século.”

Fonte: Vatican News. Acesso em: 02 abr. 2024.

30 de março – Monsenhor André Sampaio

“O silêncio é um momento vivificante de

graça, em que a criatura se cala, mas o espírito fala.

Calar sobre sua própria pessoa, é humildade.

Calar sobre os defeitos dos outros, é caridade.

Calar quando a gente está sofrendo, é heroísmo.

Calar diante do sofrimento alheio, é covardia.

Calar diante da injustiça, é fraqueza.

Calar quando o outro está falando, é delicadeza.

Calar quando o outro espera uma palavra, é omissão.

Calar e não falar palavras inúteis, é penitência.

Calar quando não há necessidade de falar, é prudência.

Calar quando Deus nos fala no coração, é silêncio.

Calar, diante do mistério que não entendemos, é sabedoria.”

Monsenhor André Sampaio

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Por Mauro Nascimento