“O racismo é um vírus que se transforma facilmente e, em vez de desaparecer, se esconde, mas está sempre à espreita. As manifestações de racismo renovam em nós a vergonha, demonstrando que os progressos da sociedade não estão assegurados de uma vez por todas” (Papa Francisco).

O episódio de racismo sofrido pelo atacante Vinícius Júnior durante a partida entre Real Madrid e Valencia é mais uma dolorosa evidência de que o racismo persiste, mesmo em um cenário aparentemente evoluído e cosmopolita como o futebol europeu. Infelizmente, esse incidente nos lembra de que o racismo é um vírus insidioso, capaz de se transformar e se esconder, mas sempre à espreita, pronto para emergir e ferir as pessoas.

Como afirmou o Papa Francisco, o racismo é um problema que não desaparece facilmente. Embora a sociedade tenha alcançado progressos significativos na luta contra a discriminação racial, é evidente que esses avanços não são permanentes nem garantidos. A cada manifestação de racismo, somos confrontados com a vergonha de perceber que, apesar de todas as conquistas, ainda não alcançamos uma verdadeira igualdade e respeito entre as raças.

O futebol, sendo um esporte amplamente popular e com um público diversificado, deveria ser um exemplo de inclusão e tolerância. Infelizmente, atos racistas nos estádios demonstram que o preconceito e a discriminação persistem em meio à paixão e ao entretenimento. É lamentável que, mesmo com medidas e campanhas de conscientização, alguns indivíduos continuem a manifestar sua intolerância, afetando não apenas os jogadores, mas também a reputação do esporte.

Episódios como o enfrentado por Vinícius Júnior devem nos motivar a redobrar nossos esforços na luta contra o racismo. É necessário que as autoridades do futebol, clubes e associações tomem medidas firmes e efetivas para punir os responsáveis por atos discriminatórios. Além disso, é importante que haja uma conscientização contínua, tanto nas arquibancadas quanto fora delas, para promover a aceitação, o respeito e a igualdade entre todos os indivíduos.

A educação desempenha um papel fundamental na erradicação do racismo. É essencial que desde a infância sejam promovidos valores de diversidade, inclusão e empatia, para que as futuras gerações possam crescer em um ambiente livre de preconceitos. Também devemos encorajar o diálogo e o entendimento entre as diferentes raças, culturas e origens, pois é através da comunicação e do conhecimento mútuo que podemos superar estereótipos e promover a igualdade.

Em última análise, o episódio de racismo vivenciado por Vinícius Júnior nos recorda que a batalha contra o racismo é constante e exige o engajamento de toda a sociedade. Devemos permanecer vigilantes, denunciar atos discriminatórios e trabalhar juntos para criar um mundo onde a cor da pele não seja motivo de discriminação, mas sim uma fonte de diversidade e enriquecimento para todos.

Mauro Nascimento