Catolicismo de maneira inclusiva

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05 de março – Monsenhor André Sampaio

“O medo é um ladrão. Ele corrói nossa fé, acaba com a esperança, rouba nossa liberdade e tira nossa alegria de viver uma vida abundante em Cristo. O medo impede de andarmos na fé. Medo é a ausência de fé. É o reverso de acreditar e confiar em Deus. O medo atrai o mal em nossas vidas, como a fé atrai as bênçãos. ‘No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor’. (1Jo 4,18). A Bíblia cita 63 vezes ‘Não temas’ e 31 vezes ‘Não tenha medo’. Certamente, Deus está nos dizendo alguma coisa! O medo é alimentado pelo que vemos e escutamos. Nós podemos resistir ao medo focando sempre em Deus e em suas promessas. Quando agimos em medo nós corremos da proteção do nosso maravilhoso Pai e abrimos a porta para o inimigo. O medo só pode ser vencido através da absoluta entrega e confiança em Deus.”

Monsenhor André Sampaio

03 de março – Monsenhor André Sampaio

“Todos carregamos, em nós, um lado bom e um lado mal. Isto ocorre para que saibamos diferenciar, através das experiências, o que nos traz felicidade ou dor. Muitas vezes, durante estas experiências, nos iludimos com ‘facilidades’ e escolhemos caminhos que nos levam ao sofrimento. Quando encontramos formas ‘verdadeiras’ de sermos felizes, sentimos algo tão forte, que nenhum ‘bem material’ pode substituir… nossos corações vibram em uma sintonia de paz e amor tão intensa que ficamos leves. A única coisa que pode nos impedir de encontrar a felicidade é o MEDO… e o medo é falta de fé… Medo de amar; medo de aceitar-se; medo de doar-se; medo de acreditar; medo de perdoar; medo de trabalhar; medo de sorrir; medo de evoluir; etc… O medo paralisa nossa vontade e, sem vontade, perdemos a fé em nós mesmos e na vida. Estamos neste mundo maravilhoso, para aprender a sermos felizes e o verdadeiro caminho é o AMOR. Que todos os corações possam sentir esta força que vem de Deus e nos sustenta em nossa peregrinação terrestre.”

Monsenhor André Sampaio

O perigo da pregação baseada no medo e na culpa 

“[…] Digo-vos sinceramente que receio a rigidez, tenho medo. Fuja dos sacerdotes rígidos! Eles Mordem. Vem-me ao pensamento aquela expressão de santo Ambrósio, do século IV: «Onde há misericórdia há o espírito do Senhor; onde há rigidez há apenas os seus ministros». O ministro sem o Senhor torna-se rígido, e este é um perigo para o povo de Deus. Pastores, não funcionários” (Papa Francisco, 20/11/2015).

Desde os tempos mais remotos, o papel dos líderes religiosos tem sido fundamental na formação das sociedades e na orientação espiritual das pessoas. Ao longo dos séculos, esses líderes têm desempenhado um papel crucial na transmissão de valores e crenças, e, muitas vezes, na promoção da paz e da harmonia entre os povos.

No entanto, nem todos os líderes religiosos têm desempenhado esse papel de forma saudável e construtiva. Infelizmente, existem aqueles que se aproveitam de sua posição para impor suas crenças e valores, muitas vezes com base no medo e na intimidação.

Um exemplo disso são os padres que enxergam pecados em tudo e que, mais do que isso, acusam e ameaçam os fiéis com o inferno caso não cumpram certos mandamentos ou regras. Esse tipo de pregação é extremamente danosa, pois se baseia no medo, na culpa e na vergonha, e não na misericórdia e no amor que Deus nos ensina.

É importante lembrar que, segundo as Escrituras, Deus é sumamente bom e infinitamente misericordioso. Ele não nos criou para nos punir, mas sim para nos amar e nos guiar em nossa jornada espiritual. Por isso, a ideia de um Deus que exige sacrifícios ou castigos é uma distorção da verdadeira natureza divina.

Infelizmente, essa visão distorcida de Deus tem sido usada ao longo da história para justificar todo tipo de violência e opressão, desde as Cruzadas medievais até a Inquisição espanhola. Hoje, ela ainda persiste em certas correntes religiosas que pregam a exclusão e a intolerância em nome da “verdadeira fé”.

Diante disso, é preciso ter muito cuidado com os líderes religiosos que se baseiam no medo e na intimidação para impor suas crenças. É importante lembrar que, em última análise, somos todos responsáveis por nossa própria jornada espiritual, e que ninguém pode nos dizer o que é certo ou errado em termos absolutos.

Portanto, ao escolher um líder espiritual, é importante buscar aqueles que promovam a compaixão, a misericórdia e o amor incondicional, em vez do medo e da culpa. Somente assim poderemos encontrar o verdadeiro caminho para a paz interior e para uma relação autêntica com o divino.

Mauro Nascimento

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Por Mauro Nascimento