Catolicismo de maneira inclusiva

Autor: Katholikos (Página 2 de 115)

04 de dezembro – São João Damasceno, presbítero e doutor da Igreja

São João Damasceno, manuscrito do século XIII

João nasceu em Damasco, na Síria, no seio de uma influente família árabe-cristã. Ainda jovem, herdou do seu pai o cargo de administrador do califado local. Pelo fato de ter estudado filosofia e teologia, em Constantinopla, junto com o monge Cosme, foi deportado como escravo para a Síria. Este fato, porém, foi determinante para ele: após alguns anos, deixou a vida de corte para seguir a vida monacal.

Escolha de vida ascética

Durante o ano 700, João escolheu seguir a vida ascética. Porém, antes de entrar para o mosteiro de São Sabas, situado entre Jerusalém e Belém, despojou-se de tudo: distribuiu seus bens aos pobres, concedeu a liberdade aos servos e fez uma peregrinação a pé pela Palestina. Em São Sabas, tornou-se monge, junto com seu irmão – o futuro Bispo de Maiouna; – ao ser ordenado sacerdote, aceitou o cargo de pregador titular na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Ali, Padre João transcorreu grande parte da sua vida, extraindo da oração e da meditação a linfa, que aumentou a sua fé e a da Igreja, à qual deu uma grande contribuição, com seus escritos, obras e hinos.

Teólogo das imagens sagradas

Na época de João Damasceno, as imagens sagradas não eram muito difundidas entre os cristãos, por causa de uma herança, proveniente da tradição do Antigo Testamento, que proibia toda e qualquer reprodução da imagem de Deus. Até o imperador bizantino, Leão Isáurico, havia empreendido uma guerra impiedosa contra o culto das imagens sagradas. Por sua vez, a pedido do Papa Gregório III, João Damasceno assumiu o papel de ferrenho defensor de tais imagens, empreendendo uma luta, por toda a sua vida: a luta contra a iconoclastia. Sua arma principal era a teologia e sua principal tese foi um dos fundamentos da fé cristã: a Encarnação, ou seja, Deus, ao se tornar homem, passou do invisível ao visível, com sua carne e sangue. Bento XVI recordou este Santo em sua catequese, na Audiência geral de 6 de maio de 2009: “João Damasceno foi o primeiro a fazer a distinção, no culto público e privado dos cristãos, entre a adoração e a veneração: a primeira, pode ser dirigida somente a Deus; a segunda, pode ser utilizada como imagem para se dirigir a uma pessoa à qual presta culto”.

São Tomás do Oriente

Devido à sua profunda cultura teológica, entre outras, João recebeu o apelido de “São Tomás do Oriente”, tanto que Leão XIII, em 1890, o proclamou Doutor da Igreja, por sua contribuição dada à Igreja Oriental. A principal obra de João Damasceno foi a “De Fide orthodoxa”, que sintetiza o pensamento da Patrística grega e as decisões doutrinais dos Concílios da época, como também um ponto de referência fundamental, tanto para a Teologia católica como para a Ortodoxa. Além disso, escreveu a “De haeresibus” sobre as heresias cristãs mais difundidas na sua época. Suas teses, como as de São Germano de Constantinopla, prevaleceram, mesmo depois da sua morte, no Segundo Concílio de Nicéia, em 787.

O milagre da mão

Segundo uma crença bastante difundida, João Damasceno foi o protagonista de um milagre recebido da Virgem Maria. Quando ainda residia na Corte, foi acusado de traição e, como sentença, sua mão direita foi amputada. Então, João rezou com ardor, diante de um ícone da Virgem: ela atendeu as suas orações e, prodigiosamente, recolocou a mão no seu lugar. Como reconhecimento, João mandou fazer uma mão de prata, que foi acrescentada ao ícone. Assim, deu-se origem ao culto oriental da Virgem Tricherusa, ou seja, de três mãos.

Oração de São João Damasceno a Nossa Senhora

«Saúdo-vos, Maria, esperança dos cristãos!
Atendei a súplica de um pecador, que vos ama com ternura,
vos honra, de modo particular,
e deposita em vós toda a esperança da sua salvação.
Recebi de vós a vida.
Vós me reconduzis à graça do vosso Filho
e sois penhor seguro da minha salvação.
Rogo-vos, pois, de livrar-me do peso dos meus pecados;
dissipar as trevas do meu coração;
reprimi as tentações dos meus inimigos
e guiai a minha vida, de tal modo que eu possa,
por vosso intermédio e sob a vossa proteção,
chegar à felicidade eterna do Paraíso».

Fonte: Vatican News. Acesso em: 04 dez. 2023.

04 de dezembro – Monsenhor André Sampaio

“Dezembro chegou! E com ele vem a esperança de um novo ano que está tão pertinho… Vem recordações de um ano que está no fim. Coisas boas… coisas ruins… Aprendizagem! Dezembro, mês de limpar as gavetas, mês de reflexão… Admito, continuo acreditando em Papai Noel (São Nicolau, bispo de Mira (Lícia) no século IV), a única diferença é que agora eu posso o reconhecer um pouquinho em cada gesto de amor. Sempre é possível fazer o bem a alguém porque não começar em Dezembro, o mês da magia do Natal? Do nascimento de Jesus! Repense seus valores! Tudo tem começo e meio. O fim só existe para quem não percebe o recomeço…”

Monsenhor André Sampaio

03 de dezembro – São Francisco Xavier, presbítero jesuíta, evangelizador das índias, Padroeiro das Missões

São Francisco Xavier (© Compagnia di Gesù)

Quarenta e seis anos de vida, dos quais onze em missão. Por este motivo, São Francisco Xavier pode ser considerado um verdadeiro “gigante da evangelização”.

Em sua existência breve, mas admirável pela sua fecundidade missionária, este religioso espanhol conseguiu levar o Evangelho ao Extremo Oriente, adaptando-o, com sabedoria, ao caráter e à linguagem de populações muito diferentes entre si. No entanto, a sua existência parece indicar-lhe um percurso de vida diferente.

Encontro com Inácio de Loyola e Pedro Fabro

Francisco Xavier nasceu em 1506, no Castelo de Xavier, em Navarra, norte da Espanha, em uma família nobre: o pai, Juan de Jassu, era presidente do Conselho Real de Navarra.

Em 1525, Francisco foi a Paris para fazer seus estudos universitários; em 1530, tornou-se “Magister Artium”, pronto para a carreira acadêmica. Entretanto, deu um passo a mais na sua vida de fé: no Colégio de Santa Bárbara, onde estudava, o futuro Santo conheceu Pedro Fabro e Inácio de Loyola, com os quais de formou em Teologia.

No início, suas relações, sobretudo com Inácio, não foram fáceis, tanto que o próprio Loyola definiu Francisco “o pedaço de massa mais difícil que amassou”. Porém, a vocação missionária já havia penetrado no coração de Xavier, que, na primavera de 1539, participou da fundação de uma nova Ordem religiosa, denominada “Companhia de Jesus”.

Catecismo “cantado” para crianças

Ao consagrar-se a Deus e ao apostolado, Francisco partiu, no dia 7 de abril de 1541, para as Índias, a pedido do Papa Paulo III, que queria a evangelização daquelas terras, na época, conquistadas pelos portugueses.
A viagem de Lisboa a Goa, com um veleiro, durou uns treze meses, que se tornou fatigante por causa da escassez de comida, do calor intenso e das tempestades.
Quando chegou a Goa, em maio de 1542, Xavier escolheu como casa o hospital da cidade e como cama dormir ao lado do paciente mais grave. Desde então, o seu ministério foi dedicar-se precisamente à assistência dos últimos e excluídos da sociedade: os doentes, os prisioneiros, os escravos, os menores abandonados.
Para as crianças, de modo particular, Francisco inventou um novo método de ensino do Catecismo: pegava-as nas ruas tocando um sininho; depois, ao reuni-las na igreja, traduziu os princípios da Doutrina católica em versos e os cantava com as crianças, facilitando-lhes a aprendizagem.

Evangelização dos pescadores de pérolas

Além do mais, dedicou-se, por dois anos, à evangelização dos pescadores de pérolas, residentes no sul das Índias, que falavam só o Tâmil. No entanto, Francisco conseguiu transmitir-lhes os princípios da fé católica, chegando a batizar 10.000 em apenas um mês. “A multidão de convertidos era tamanha – escreveu – que, muitas vezes, meus braços doíam de tanto batizar e até perdia a voz e a força para repetir o Credo e os Mandamentos na língua deles”.
Contudo, a sua obra de evangelização não cessou. Entre 1545 e 1547, Francisco Xavier chegou a Malaca, arquipélago das Molucas, e às Ilhas do Moro, sem se preocupar com os perigos, pois tinha total confiança em Deus.

Chegada ao Japão

Em 1547, a vida do futuro santo teve uma nova reviravolta: encontrou um fugitivo japonês, chamado Hanjiro, ansioso de converter-se ao cristianismo. O encontro suscitou em Xavier o desejo de ir também ao Japão, para levar o Evangelho à terra do “Sol levante”. Ali chegou em 1549 e, embora soubesse da pena de morte em vigor para quem administrasse o sacramento do Batismo, o religioso espanhol conseguiu fundar uma comunidade de centenas de fiéis.

O “sonho” da China

A passagem do Japão para a China foi quase natural. Xavier encarou o “País do Dragão” como uma nova terra de missão.
Em 1552, conseguiu chegar à ilha de Shangchuan, de onde tentou embarcar para Cantão. Mas, foi acometido por uma febre imprevista. Extenuado pelo cansaço e pelo frio, Francisco Xavier faleceu na madrugada no dia 3 de dezembro. Seu corpo foi depositado em um caixão cheio de cal, sem nem mesmo uma cruz como lembrança.
Dois anos depois, seu corpo, íntegro e intacto, foi trasladado para a igreja do Bom Jesus de Goa, onde é venerado. Uma das suas relíquias – o antebraço direito – encontra-se conservada na igreja de Jesus, em Roma, desde 1614.

Canonizado em 1622

Francisco Xavier foi beatificado por Paulo V, em 1619, e canonizado por Gregório XV, em 1622.
Foi proclamado Padroeiro do Oriente, em 1748; da Obra de Propagação da Fé, em 1904 e de todas as Missões (juntamente com Santa Teresa de Lisieux), em 1927.
Seu pensamento pode resumir-se em uma oração, que ele sempre rezava: “Senhor, eu vos amo, não porque me podeis dar o céu ou me condenar ao inferno, mas porque sois meu Deus! Amo-vos porque vós sois vós”!

Fonte: Vatican News. Acesso em: 04 dez. 2023.

03 de dezembro – Monsenhor André Sampaio

“Você pode fazer o que quiser. Negar a existência de Deus; afirmar que Ele é fruto da imaginação de almas fracas, que não têm coragem para enfrentar a vida. Pode pensar o que quiser. Mas, lá no fundo do seu coração, sempre haverá um vazio estranho, que nada poderá preencher: nem o dinheiro, nem o prazer, nem a fama. Mas o mais maravilhoso de tudo é que Deus não cobra nada de você. Ele o ama sem se importar com o que você pensa a respeito d’Ele; Deus o ama sem se importar com suas realizações ou fracassos. O dia em que você entender isso, desaparecerão de sua vida a solidão, a dúvida, a ansiedade e o medo. Deus não cobra nada, porque Ele é amor, e o amor não cobra, apenas espera. E Deus está esperando por você.”

Monsenhor André Sampaio

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Por Mauro Nascimento